Mesmo com praças fechadas, moradores de BH ignoram isolamento e se arriscam por lazer: ‘Só uma pedalada’

moradores ignoram isolamento social em bh
Prefeitura tem tentado frear o avanço do vírus, mas nem todos acataram o isolamento (Imagem ilustrativa: Reprodução/Streetview + Amanda Dias/BHAZ)

Mesmo com todas as orientações de autoridade sanitárias do mundo inteiro e determinações de isolamento social severas, como o fechamento temporário de duas das principais praças da cidade, moradores de Belo Horizonte continuam furando o isolamento. Várias pessoas estão, inclusive, indo às ruas para garantir o lazer. As praças da Liberdade e JK foram interditadas nessa sexta-feira (3) pela PBH.

Essa situação foi confirmada por funcionários de duas padarias da região Centro-Sul da cidade. Em conversa com o BHAZ, uma atendente de caixa de um dos estabelecimentos contou que a medida de isolamento social parece não ter sido suficiente, já que a movimentação nas ruas no entorno do local continua quase a mesma.

“Quando eles (clientes) entram aqui, alguns até tomam alguns cuidados a mais, prestam mais atenção, não encostam tanto nas coisas. Mas quando pisam lá fora volta tudo ao normal”, revelou a moça, sob a condição de anonimato.

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A fala é semelhante à de um funcionário de outra padaria próxima à Praça Lagoa Seca, no bairro Belvedere, um dos pontos mais procurados pelos moradores da região para praticar exercícios físicos.

“No fim de semana, principalmente, a Lagoa Seca continua movimentada. Tem gente fazendo corrida, passeando com filho, com cachorro. Segue normal”, conta o atendente, que também preferiu não ter o nome divulgado. Os dois estabelecimentos proibiram o consumo dentro das lojas e funcionam em regime delivery ou compras para levar.

‘Só uma pedalada’

Nas redes sociais, o cenário descrito é o mesmo: praças e pontos turísticos com movimentação normal, lojas de produtos e serviços não essenciais com funcionamento inalterado e moradores que parecem não dar ouvidos às recomendações das autoridades. Diversos perfis relatam grande movimentação em locais como Lagoa da Pampulha, Praça do Papa e Praça da Liberdade. A situação continua inalterada mesmo após a interdição.

“Essa Praça do Papa lotadaaaa, pensei que ia chegar aqui e não ia ter ninguém… Medo do coronavírus ninguém tem né?”, publicou um internauta. A praça, localizada na região Centro-Sul da cidade, continua como uma das mais frequentadas em meio à pandemia. “Me desejaram que eu pegasse o coronavírus só porque eu fui ali na Praça do Papa”, confessou outro internauta.

Outros usuários mostraram que a situação se repete no início deste fim de semana. “Estive na Praça da Liberdade… Muita gente mantendo a rotina de exercícios, mas sem tomar os devidos cuidados”, publicou um deles na noite desta sexta-feira (3). Outro contou que saiu para praticar exercícios no início desta manhã em outro ponto turístico da cidade: “Era só uma pedalada na Pampulha nessa manhã de neblina”, escreveu.

Um terceiro perfil resumiu a indignação e os questionamentos de diversas pessoas que se opõem à movimentação dos moradores que arriscam contrair o novo coronavírus ao sair nas ruas para atividades não essenciais: “Qual parte do ‘fica em casa’ esse pessoal não entendeu?”

Praças interditadas

Na noite desta sexta-feira (3), a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) interditou dois dos principais espaços públicos da cidade: a Praça da Liberdade, no bairro Funcionários, e a Praça JK, no Sion. Segundo comunicado emitido pela PBH, a medida tem o objetivo de conter o avanço do novo coronavírus.

Depois dessa decisão, alguns moradores alegaram que outros espaços também poderiam ser fechados, como a Praça Lagoa Seca, no Belvedere, e a Praça do Papa. A PBH informou que existe um projeto para fechar estes dois locais. Apenas as praças da Liberdade e JK foram interditadas até o momento.

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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