MPMG denuncia torcedor do Galo por homicídio de cruzeirense durante briga de torcidas organizadas

Rodrigo Marlon
Rodrigo deixou um filho de 5 anos após ser baleado e sofrer parada cardíaca (Reprodução/Twitter)

O torcedor atleticano que matou o cruzeirense Rodrigo Marlon Caetano Andrade em março, durante um confronto com atleticanos antes do clássico entre os times, foi denunciado pelo MPMG (Ministério Público de Minas Gerais). Agora, se a Justiça receber a denúncia, Yuri Oliveira pode se tornar réu e ir a julgamento.

Natural de Sabará, na Grande BH, Rodrigo deixou um filho de 5 anos após ser baleado e sofrer uma parada cardíaca durante a briga entre as torcidas organizadas Galoucura e Máfia Azul.

O rapaz chegou a ser reanimado por uma equipe da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Leste e encaminhado em estado grave ao hospital João XXIII, mas não resistiu. Uma segunda vítima também foi atingida por disparo no ombro e sobreviveu.

Denúncia

Na denúncia do MP, a promotora Janaini Keilly Brandão Silveira descreveu que Yuri Oliveira abriu fogo contra Rodrigo Marlon e a outra vítima, dois membros da Máfia Azul. “Mesmo após tais atos, o denunciado
continuou no palco dos eventos, vindo a apontar novamente a arma de fogo em direção a outros torcedores rivais”, escreveu a promotora.

Ainda segundo o documento, Rodrigo desistiu de fazer novos disparos, porque colegas de torcida entraram na frente da mira. Ele ainda teria gritado “vai que tem um morto…”, antes de fugir.

Janaini Silveira classifica o homicídio como crime cometido por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa, definido ainda como crime de ódio por causa da rivalidade entre as torcidas. Já o crime contra o outro homem foi classificado como tentativa de homicídio, também por motivo torpe e mediante recurso que dificultou defesa.

A prisão temporária de Yuri Oliveira também foi convertida em preventiva, mas ele segue foragido. A defesa argumenta que “se não fossem as diversas ameaças de morte contra o suspeito e sua família, Yuri certamente
compareceria à sede policial e daria sua versão pessoalmente”. A pena pode chegar a 30 anos de reclusão. 

Amor ao Cruzeiro

Apaixonado pelo Cruzeiro, Rodrigo Marlon Caetano Andrade fazia parte da Máfia Azul. Em suas postagens, o jovem compartilhava o amor pelo clube e pela torcida. Pelas redes sociais, a organizada lamentou a morte do jovem.

“A sua morte nós pegou de surpresa, mais um irmão de Sabará que se vai na patifaria do lado covarde da lagoa. O que você fez pela torcida irmão, pelo seu comando jamais será esquecido”, diz trecho do comunicado emitido pela Máfia Azul. A torcida também desejou os “mais sinceros pêsames a toda família do mesmo e que Deus conforte o coração de todos”.

Edição: Roberth Costa
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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