BH tem dois casos suspeitos de coronavírus e número pode aumentar em Minas

Mulheres com suspeita do novo coronavírus foram internada em BH (Reprodução/Pixabay + Vander Bras/PBH)

Belo Horizonte tem dois novos casos suspeitos de síndrome respiratória aguda associada ao novo coronavírus. A informação foi confirmada pela SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde) na tarde desta quarta-feira (26). De acordo com o órgão, duas mulheres, de 57 e 25 anos, deram entrada em hospitais da capital nesta terça (25) e passarão por exames. Também nesta quarta, o primeiro caso da doença foi confirmado no Brasil, em São Paulo.

Com isso, Minas tem duas pacientes em investigação, mas o número pode chegar a cinco, já que a prefeitura de Pouso Alegre, no Sul de Minas, alega que três pessoas deram entrada no Hospital das Clínicas Samuel Libânio com suspeita da doença. A SES-MG, no entanto, ainda não contabiliza esses casos.

Segundo a prefeitura local, três pessoas de uma mesma família da cidade de Varginha chegaram de viagem recente da Itália e apresentaram sintomas semelhantes ao do novo coronavírus. Eles foram transferidos para Pouso Alegre, que tem um hospital em referência no tratamento de doenças graves. Os pacientes passarão por exames médicos para comprovar se, de fato, estão com a doença.

Um áudio do prefeito da cidade, Rafael Simões (PSDB), circula pelas redes sociais e grupos de WhatsApp. Nele, o chefe do executivo municipal esclarece informações e tanta acalmar a população. A veracidade da gravação foi confirmada pela assessoria de comunicação da prefeitura. “É importante que a população saiba da realidade. Três casos suspeitos estão vindo pra Pouso Alegre. Eles serão isolados da forma como determina os procedimentos hospitalares. Não há motivo de risco e nem de pânico”, afirma.

O prefeito pede também que cidades da região não enviem pacientes para o hospital onde estão os casos suspeitos. “Eu gostaria de pedir a vocês que segurem o máximo possível o envio de vocês para o Hospital Regional Samuel Libânio. É um momento difícil, nós não temos controle sobre isso, então só mandem para cá aqueles casos que precisam vir para o pronto-socorro, do contrário peço para ajudarem aí, segurarem aí na UBS (Unidade Básica de Saúde) de vocês o máximo possível”, diz o prefeito

Divulgação/Prefeitura de Pouso Alegre

Casos em BH

O primeiro caso da nova leva de suspeitas registradas pela SES-MG é de uma mulher de 57 anos que deu entrada no hospital Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova, nessa terça-feira (25), com um sintoma da doença. Ela foi transferida para o hospital do Barreiro nesta quarta (26).

A mulher foi até o Risoleta alegando que estava com dor de garganta. Ela disse aos médicos que voltou recentemente de uma viagem feita para Dubai e que esteve também na Tailândia, Vietnã e Cingapura. Ela retornou a BH no dia 19 deste mês.

“Apesar de não apresentar nenhum outro sintoma, seguindo a recomendação do Cievs-BH (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Belo Horizonte) a paciente foi internada em leito de isolamento e passou a ser atendida como caso suspeito de novo coronavirus (covid-19)”, disse o Risoleta Neves, hospital onde a mulher deu entrada.

A paciente está internada em isolamento hospitalar e seu quadro de saúde é estável. “As amostras laboratoriais foram coletadas e enviadas para análise”, diz a SES-MG.

Também nessa terça, uma mulher de 25 anos, moradora de BH, apresentou sintomas compatíveis com o novo coronavírus e foi internada em isolamento no hospital hospital Júlia Kubistschek, na região do Barreiro.

Segundo a secretaria, a jovem viajou para a Tailândia no início do mês, passando pelo Vietnã, Singapura e fazendo conexão em aeroporto de Abu Dabi e de Madrid durante a volta para BH. Ela chegou à capital na segunda (24). Ela também passará por exames e seu quadro de saúde é estável.

Casos descartados

Dois casos suspeitos já foram descartados em Belo Horizonte. O primeiro caso era de uma jovem de 22 anos que havia voltado de viagem recente da China. Ela deu entrada na UPA Centro-Sul (Unidade de Pronto Atendimento) no dia 24 de janeiro e a suspeita foi descartada no dia 27.

Um segundo caso foi descartado pela SES-MG no dia 13 de fevereiro. Era uma moradora de Belo Horizonte, de 35 anos, que apresentou os sintomas após voltar da China. Segundo o órgão, a mulher não atendia aos critérios de suspeita para a doença recomendados pelo Ministério da Saúde.

Doença chega ao Brasil

Nesta quarta, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso da doença no Brasil, em São Paulo. Trata-se de um homem de 61 anos, morador da cidade de São Paulo, que esteve na região da Lombardia, no norte da Itália, entre os dias 9 e 21 de fevereiro.

+ Homem de 61 anos que viajou à Itália é o primeiro contaminado por coronavírus no Brasil

Ao retornar da viagem, na última sexta-feira (21), o paciente apresentou os sinais e sintomas compatíveis com a doença (febre, tosse seca, dor de garganta e coriza).

No momento, há vinte casos suspeitos da doença no país. Os casos suspeitos estão assim espalhados: Paraíba (1), Pernambuco (1), Espiríto Santo (1), Minas Gerais (2), Rio de Janeiro (2) e Santa Catarina (2) e São Paulo (11). Cinquenta e nove casos suspeitos foram descartados.

Cinquenta e nove casos suspeitos foram descartados. De acordo com o Ministério da Saúde, no mundo, já foram registrados mais de 80,2 mil casos do coronavírus em 34 países. Foram registradas 2,7 mil mortes causadas pela doença, sendo que os casos mais graves são aqueles que afetam pessoas com mais de 60 anos.

Cuidados

A SES-MG orienta que a população tome algumas medidas de higiene respiratória para evitar a propagação da doença, são elas:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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