Uma mulher, de 38 anos, foi indiciada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) por matar envenenados com chumbinho os próprios filhos, um menino, de 12, e uma adolescente, de 18, em Belo Horizonte. A informação foi divulgada na manhã desta quarta-feira (2), durante coletiva de imprensa.
De acordo com a corporação, o crime ocorreu em novembro de 2024, no bairro Jardim dos Comerciários, na região de Venda Nova. As investigações começaram após os dois irmãos serem internados em estado grave com indícios de envenenamento.
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“No dia 19 de novembro de 2024, a autora, agora indiciada, preparou a janta para os filhos por volta de 20h30 da noite. Às 21h20, a vítima de 12 anos começou a passar mal, a ficar com o corpo mole e a querer desmaiar”, explica o delegado Humberto Junio.
A mãe levou o filho mais novo para a UPA e, quando ele estava sendo transferido para o João XXIII, a adolescente chegou à unidade de saúde com os mesmos sintomas do irmão. Inicialmente, os médicos pensaram se tratar de uma intoxicação alimentar. Foi só após o agravamento do estado de saúde de ambos, que a mulher foi levada para prestar depoimento na polícia.
“Ela foi conduzida para a delegacia no dia seguinte, mas a prisão não foi ratificada por falta de elementos. Um dia depois, a perícia foi até a casa dela e recolheu alguns elementos para análise. O perito chamou a atenção para o fato de que a casa já estava minimamente organizada e limpa e que nem todos os alimentos preparados por ela foram encontrados”, afirma.
Envenenamento por chumbinho
A adolescente morreu no dia 24 de novembro, e os exames clínicos constataram que a causa da morte foi intoxicação por chumbinho. Mesmo após os exames de necropsia, a mulher negou que teria colocado veneno na janta dos filhos. “Então, nos começamos a ouvir testemunhas, foram ouvidas mais ou menos 14 testemunhas”, diz o delegado.
Segundo Junio, uma dessas testemunhas apresentou conversas suspeitas que teve com a mulher, nas quais ela afirmava que a família estava com “problemas” e que “muita gente iria chorar quando tudo acabasse”. Além disso, a mulher pesquisou 130 vezes pela palavra “chumbinho” e “veneno”. “Em uma dessas pesquisas, ela também procurou por ‘remédios tóxicos e fatais para crianças mesmo em dose baixa'”, destaca.
O ex-companheiro da mulher e pai dos irmãos também relatou que já havia passado mal, em meados de setembro e outubro, após tomar uma café preparado por ela. Ele disse que teve diarreia e vômitos, mas não desconfiou de envenenamento e, por isso, não procurou um hospital.
Com as provas reunidas, a mulher foi indiciada pelo crime de homicídio triplamente qualificado em relação a adolescente e quadruplamente qualificado em relação ao menor de idade.