Uma mulher, de 48 anos, morreu durante um procedimento estético em uma clínica no Barro Preto, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, nessa segunda-feira (16). O local tinha alvará de funcionamento, mas não era autorizado a fazer a cirurgia solicitada pela vítima. O caso é investigado pela Polícia Civil.
A acompanhante de Adriane Zulmira do Nascimento contou para a PM (Polícia Militar) que a mulher foi até a clínica São Fidelis, pois desejava reduzir as mamas. Enquanto a amiga estava realizando a cirurgia, o médico responsável a informou que a professora estava com a respiração baixa, mas que as demais funções do organismo eram estáveis.
Pouco tempo depois, conforme o registro policial, o médico disse que a paciente seria transferida para o hospital, pois o estado de saúde havia piorado.
A mulher morreu ainda na clínica e a perícia foi chamada para a realização dos trabalhos.
Em conversa com o BHAZ, a afilhada da vítima, Amanda Palhares, disse que a clínica não apresentou explicações para a família sobre a morte.
“Eles disseram que aconteceu uma ‘fatalidade, mas sem entrar em detalhes. Ainda falaram que nós tínhamos duas opções: ou deixava a causa da morte como indefinida ou chamasse o IML, mas que seria um processo muito demorado”, contou.
A família de Adriane aguarda o resultado do laudo para tomar providências. O enterro está marcado para esta terça-feira (17) no Cemitério Belo Vale.
De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, um inquérito foi instaurado para “apurar as circunstâncias do fato e eventual responsabilidade sobre o óbito da vítima”. “A perícia técnica esteve no local e o corpo encaminhado ao IML”, informou a corporação.
Procedimento não autorizado
A SMSA (Secretaria Municipal de Saúde) informou ao BHAZ que “a clínica tinha Alvará de Autorização Sanitária para atividades de pequenos procedimentos ambulatoriais, tais como vasectomia e reversão prótese peniana”.
A pasta esclareceu que a clínica “não estava autorizada a realizar qualquer outra cirurgia de médio ou grande porte”.
O BHAZ tentou contato com a empresa, mas não teve as ligações atendidas. A ocorrência foi encerrada da 3ª Delegacia de Polícia Civil.
Nota da SMSA na íntegra:
“A clínica tinha Alvará de Autorização Sanitária para atividades de pequenos procedimentos ambulatoriais, tais como vasectomia e reversão prótese peniana e estava em processo de renovação de seu alvará de acordo com legislação vigente.
Na última vistoria, realizada em outubro, foi solicitado adequações de alguns itens referentes a esses procedimentos ambulatoriais. Nesse momento foi comunicado à clínica, pelo fiscal sanitário, que a unidade não estava autorizada a realizar qualquer outra cirurgia de médio ou grande porte.
A Secretaria Municipal de Saúde fará análise imediata e aprofundada do ocorrido e adotará as medidas necessárias e pertinentes de acordo com legislação vigente”