Mulheres ficam feridas e são presas em ação da PM na Grande BH

Divulgação/MLB

Duas mulheres ficaram feridas durante ação da Polícia Militar no fim da tarde desta segunda-feira (4) em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os militares dispararam balas de borracha e bombas de efeito moral durante reintegração de posse – considerada ilegal pelos ativistas – da prefeitura daquela cidade.

“Houve arbitrariedade da polícia ao declarar crime de esbulho possessório, a ação foi arbitrária e ilegal. Os militares não tinham mandado judicial algum e alegaram flagrante, mas a ocupação já existia há mais de uma semana. Portanto, não tem como usar essa justificativa”, explica a advogada popular Ana Carolina Maia, do MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas).

Poliana Sousa, integrante da coordenação do MLB, e uma moradora da região precisaram ser medicadas. A primeira teve ferimentos na mão após ser algemada e a segunda teve um ferimento na perna causado por uma bala de borracha. Ao todo, seis pessoas foram detidas por desobediência e desacato.

“As polícias, em especial a militar, abusam mais uma vez de seu poder e prendem de forma ilegal e violenta, demonstrando sua força repressora contra os movimentos populares e seu caráter autoritário e machista”, diz trecho de comunicado divulgado pelo MLB.

‘Pouco uso de força’

A Polícia Militar avaliou a ação um sucesso e rechaçou que houve uso excessivo da força. “Tentamos ao máximo negociar de forma pacífica. Quando esgotou toda a possibilidade de negociação, decidimos fazer uso comedido da força, com munição de borracha e bomba de efeito moral”, afirma o comandante da ação, tenente Juarez Antônio da Silva.

“Dada a situação, foi uma forma efetiva de retirar o pessoal com pouco uso de força. Ninguém saiu gravemente ferido, a operação foi um sucesso”, diz. Segundo os militares, os ocupantes jogaram paus e pedras na PM. Sobre a inexistência de mandado e do flagrante, Silva nega que a ocupação havia se estabelecido há mais tempo.

“Eles criam formas para falar que a área já estava ocupada. Eles tentaram ocupar anteriormente, mas só passaram fios de arame, sem construir nada. Eles foram retirados na ocasião. Hoje, quando eles iam construir, foram retirados novamente”, diz o policial. “A área é da prefeitura e não tem nada, é só mato. É de preservação ambiental”.

Jéssica Munhoz

Jessica Munhoz é redatora do Portal Bhaz e responsável pela seção Cultura de Rua.

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