Curta ‘Pandeminas’, do mineiro Ben-Hur, é destaque em premiação internacional

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Ben-Hur Nogueira durante as gravações do “Pandeminas”, que ganhou destaque internacional (Arquivo pessoal/Divulgação)

O cinema independente brasileiro ganhou destaque internacional com o curta-metragem “Pandeminas”, uma obra autêntica e impactante dirigida pelo mineiro Ben-Hur Nogueira.

Aos 22 anos, o estudante de Ciências da Computação na UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), revelou seu talento para o cinema ao abordar a realidade do Morro das Pedras, região oeste de Belo Horizonte, durante o auge da pandemia.

Ben-Hur, que também é articulador da mostra “Cinema Preto Periférico”, revela que seu primeiro contato com o mundo cinematográfico surgiu de uma paixão pessoal. Através das lentes de uma câmera que ganhou de presente da mãe, o jovem propôs uma reflexão sobre o impacto do isolamento na vida dos moradores das favelas brasileiras.

Ao falar sobre sua paixão, Ben-Hur reforça a importância do cinema como uma “ferramenta de mudança social”. Ao BHAZ, ele falou sobre a influência positiva do cinema na trajetória dele. “O cinema brasileiro salvou minha vida. Venho de um bairro muito violento. Enquanto para muitos o destino deu uma arma, para mim, ele deu uma câmera.”

Reconhecimento internacional

O filme foi selecionado para uma mostra britânica de cinema e venceu uma menção honrosa no Varsity film Expo, em Zimbabwe. A trama de “Pandeminas” expõe o esforço dos pais de Ben-Hur, ativistas dos direitos humanos, em liderar um projeto de distribuição de alimentos inspirado em um programa de erradicação da fome dos Panteras Negras norte-americanos.

Ao abordar a falta de emprego nas favelas e a resiliência dos trabalhadores periféricos, o curta oferece uma reflexão poderosa sobre a realidade enfrentada por essas comunidades durante a crise sanitária global. Além disso, a produção mostra a atuação dos pais de Ben-Hur não apenas contra os desafios da pandemia, mas também como uma voz ativa na luta contra a fome e a falta de emprego na periferia.

Ben-Hur na pré-estreia internacional do curta (Pandeminas/Divulgação)

O jovem explica que o filme começa com uma matéria mostrando a quantidade de mortos pela Covid-19 e termina com imagens de pessoas comemorando o Atlético como campeão mineiro. “Independentemente de quem tivesse ganhando o campeonato, eu teria colocado as imagens para representar vitória. A vitória da vacina e do fato de podermos estar reunidos comemorando e vivendo novamente”, afirma.

Agora, o objetivo de Ben-Hur é advogar pelo protagonismo negro e incentivar pessoas periféricas a contar suas histórias. Além disso, o jovem também tem o sonho de ajudar a democratizar o cinema brasileiro. “Mesmo com os desafios da produção, meu primeiro trabalho conquistou o outro lado do mundo. Temos que universalizar produções nacionais cada vez mais”, conclui.

Clique neste link para assistir ao curta-metragem.

Amanda Serrano[email protected]

Foi estagiária do Jornal Estado de Minas e da TV Band Minas. Também trabalhou na assessoria política. Atualmente é repórter do Portal BHAZ.

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