Polícia identifica adolescente que criou ‘nudes’ de colegas com Inteligência Artificial em BH

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Um aluno foi expulso de uma escola da rede particular depois de fazer ameaças e criar um falso nude de uma estudante em Governador Valadares (FOTO ILUSTRATIVA: Banco de imagens/Pixabay)

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) identificou o adolescente de 15 anos responsável por criar “nudes” de adolescentes com uso de Inteligência Artificial (IA). O autor e as vítimas, também adolescentes com idades entre 14 e 15 anos, são alunos do Colégio Santo Agostino, de Belo Horizonte.

As mães das meninas denunciaram o episódio na Delegacia Especializada de Apuração de Ato Infracional (DEAI) em 16 de outubro deste ano. A polícia representou pela aplicação de medida socioeducativa ao adolescente nessa segunda-feira (6).

Segundo o delegado Ângelo Ramalho, responsável pela investigação, o adolescente criou um perfil nas redes sociais onde publicava as fotos editadas com inteligência artificial de cunho pornográfico e pejorativo de pelo menos dez adolescentes. A página foi retirada da internet e a autoria identificada.

“Assim que esta Delegacia Especializada foi demandada, o perfil foi retirado do ar, e em menos de dez dias, foi possível identificar a autoria delitiva, demonstrando que a Polícia Civil está atenta e apta a atuar nesses cenários de crimes que ocorrem no ambiente digital”, garantiu Ramalho.

O Procedimento de Apuração de Ato Infracional (PAAI) foi encaminhado à Justiça da Infância e Juventude da capital para aplicação das sanções ao adolescente, que poderá ser responsabilizado por até três anos de internação em Centro Socioeducativo.

Colégio se manifesta

Em nota enviada ao BHAZ, o Colégio Santo Agostinho informou que tomou conhecimento sobre a divulgação imprópria de imagens. “Desde então, acolheu individualmente estudantes e suas famílias com uma equipe de profissionais especializada, incluindo lideranças pedagógicas, psicóloga, psicopedagoga e assessoria jurídica”.

A instituição informou, ainda, que também realizou rodas de conversa presenciais com estudantes e palestras com um promotor de Justiça (coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos do Ministério Público de Minas Gerais), além de aplicar medidas disciplinares conforme as normas estabelecidas no Regimento Escolar.

“O Colégio reforça que lamenta a prática de cyberbullying, que afeta a sociedade de uma maneira geral e, apesar de todos os esforços conjuntos das famílias e das escolas, tem acontecido em diversas localidades do país. Ressalta também que segue à disposição para o diálogo com todos e para o que for necessário”, diz a nota.

Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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