A Polícia Civil indiciou dois homens, de 35 e 34 anos, por importunação sexual e tentativa de feminicídio, respectivamente, contra uma cantora e uma amiga em uma boate de BH. O crime aconteceu no dia 15 de outubro deste ano.
A corporação concluiu o inquérito nessa quinta-feira (16). De acordo com levantamentos da Polícia Civil, a vítima de 25 anos foi atingida na cabeça com uma garrafa após intervir em uma discussão entre os dois indiciados e uma mulher, a amiga dela.
A amiga teve o zíper do macacão aberto por um deles. Um dos homens teria dito que “mulheres devem ficar quietas”, e ambos ameaçaram as duas de morte. A vítima de 25 anos levou 11 pontos na cabeça.
Polícia prende homem em flagrante
A polícia prendeu em flagrante o homem indiciado por tentativa de feminicídio por envolvimento em outro crime, um homicídio que vitimou um policial militar no dia 17 de outubro. Ele está no sistema prisional, à disposição da Justiça.
Vítima relata episódio
Ao BHAZ, a vítima de 25 anos, Laura Ferrer, contou à época sobre o episódio. “Meu amigos me chamaram para ir nessa casa e por volta de 0h estávamos dançando e um homem tentou assediar minha amiga. Ele tentou abrir o zíper dela duas vezes”.
Quando notou que a amiga havia sido assediada, Laura foi contestar o homem que cometeu o abuso, momento em que um amigo dele partiu para cima. Segundo a jovem, ele estava “completamente desequilibrado”.
“Ele veio para cima de mim, mas tinha alguém segurando ele. Ele chegou falando coisas do tipo: ‘eu mato, eu sou de matar’. Nisso de eu tentar me defender ele quebrou a garrafa na minha cabeça”, relembra.
“Na hora dei uma bambeada, sem entender o que aconteceu. Então coloquei a mão na cabeça e senti ela inchar. Nisso um amigo gritou o meu nome desesperado. Quando tirei minha mão, ela tava toda ensanguentada”, acrescentou a jovem.
Do lado de fora do estabelecimento, Laura disse que o homem continuou com as ameaças e a intimidou com outra garrafa. Ainda de acordo com ela, seguranças assistiram a cena “como se nada tivesse acontecido”.
“Minhas amigas me puxaram, eu fiquei lá sangrando e um segurança disse que ia chamar a polícia, que deveríamos esperar. Mas estava saindo muito sangue da minha cabeça e comecei a ter uma crise de ansiedade”, disse.
Laura recebeu atendimento médico no Hospital Risoleta Neves. Ela chegou na unidade com um grande corte na cabeça e precisou fazer 11 pontos no ferimento para estancar o sangue.
“Fiquei quase 12 horas em observação. Lá a assistente social me orientou a fazer o b.o. Nesse momento ninguém do bar entrou em contato comigo, nem pra saber se eu estava viva”, lamentou.
Central Pub BH se manifesta
Depois que ela publicou o ocorrido nas redes sociais, um segurança do Central Pub BH entrou em contato com ela. Ele disse que passaria o contato da jovem para o dono do local.
Em nota publicada nas redes sociais, a Central Pub BH disse que “todas as medidas cabíveis foram tomadas” e que o estabelecimento acionou a Polícia Militar e o Samu.
O bar disse que entrou em contato com a vítima, informação que Laura contesta. Ainda de acordo com o estabelecimento, o suspeito das agressões fugiu do local.
“Estamos empenhados em identificar o agressor, mobilizando as filmagens e as autoridades para que o agressor seja punido”, disse a nota à época do crime.
Com PCMG