Um polonês que mora em Belo Horizonte há dois anos pretende curtir o Carnaval de 2024 “coladinho” na noiva mineira pela segunda vez. Bart Gut, de 36 anos, conheceu a folia de BH no ano passado e se surpreendeu com o que viu.
“Estou muito animado! Passei o Carnaval de 2023 com minha noiva e nossos amigos em BH, foi meu primeiro encontro com o Carnaval brasileiro! Este ano também vamos celebrar em BH, minha noiva já está preparando uma lista de ‘blocos’ para visitar”, disse ele, em conversa com o BHAZ.
Bart se mudou para BH após se apaixonar pela doutora formada na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) Letícia Lopes, em Londres. A história de amor dos dois fez com que ele ganhasse novas paixões na capital mineira, dentre elas, o Carnaval, o pão de queijo e o Cruzeiro.
“Por coincidência, o início do Carnaval é o aniversário da Leti, então temos dois motivos para comemorar”, diz ele, com bom humor.
‘Brasileiros têm energia para celebrar’
Antes de mergulhar na cultura brasileira, Bart disse que tinha pouca noção do que era o Carnaval de rua brasileiro. Para ele, a festa se resumia aos grandes desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo.
“Eu não tinha ideia sobre os blocos, sua quantidade ou a duração do Carnaval. Vocês brasileiros realmente têm energia para celebrar! A organização me surpreendeu também, de maneira positiva! Com tantas pessoas e muitas ruas bloqueadas, parece que a cidade se saiu muito bem no ano passado”, observou ele.
As fantasias usadas pelos foliões durante os dias de festa também chamaram a atenção do polonês. “Eu não usei nada muito extravagante que nem os brasileiros, mas tentei entrar no clima”, disse ele, entre risadas.
Calor e idioma são desafios
Bart confessa que teve um pequeno “choque cultural” quando se mudou para o Brasil. Um dos principais desafios enfrentados por ele está relacionado ao clima, já que estava acostumado a enfrentar impressionantes -25ºC na Polônia.
“Tudo aqui é muito positivo, mesmo que haja momentos mais desafiadores. Todos esses aspectos me surpreenderam positivamente. Mesmo que às vezes faça muito calor, ainda prefiro janeiro com 38ºC aqui em BH do que -25ºC na Polônia”, brincou.
O idioma, para ele, é uma dificuldade a parte. Ainda assim, ele já tem incorporado vários dialetos do “mineirês” em seu vocabulário o que fez com que ele recebesse o apelido de “gringo mineiro”.
“Quando viajamos recentemente para o litoral, cariocas ou paulistas se referiam a mim como ‘gringo mineiro’. É que eu uso expressões típicas dos mineiros, como ‘né’, ‘viu’ ou ‘moça/o’, então estou aprendendo naturalmente”, comemorou.
Aulas de inglês viram ‘ganha pão’
Aqui em Belo Horizonte, Bart ainda descobriu uma nova aptidão: ensinar inglês. Junto de Letícia, ele tem dado aulas particulares do idioma para brasileiros e, com isso, retribuído todo o carinho que recebeu em terras mineiras.
Além disso, os dois criaram a página letsbe.lingue no Instagram para ajudar mais um pouco quem tem vontade de aprender inglês. “Ainda estamos tentando arrumar mais tempo pra nos dedicar a ela, mas é nosso plano pra esse ano”, disse ele.
