Preço do gás de cozinha sobe de novo e varia quase 50% em estabelecimentos da Grande BH

gás de cozinha
O levantamento do Mercado Mineiro comparou valores em 100 estabelecimentos da região metropolitana de Belo Horizonte (Arquivo/Agência Brasil)

Não há consumidor brasileiro que não sinta os impactos financeiros das altas no preço do gás de cozinha. Desde que a Petrobras anunciou o reajuste de 16% do produto para as distribuidoras, com início no dia 11 de março, os valores exorbitantes vêm sendo motivo para o parcelamento na compra dos botijões. Uma pesquisa do site Mercado Mineiro consultou 100 estabelecimentos na região metropolitana de Belo Horizonte, entre os dias 22 e 24 de março, e verificou que os preços continuam subindo, com variações que beiram os 50% de um estabelecimento para o outro.

Somente nos últimos 21 dias, houve aumentos no preço médio no botijão de 13 kg, o equivalente a 9,66% ou R$ 10,87. Na primeira semana de março, o produto que custava R$ 112,59 passou para R$ 123,46, quando entregue na própria região. Quando buscado na portaria da distribuidora, custava R$ 104,15. Agora, o preço é de R$ 114,76, uma diferença de 10,18% ou R$ 10,61. Já o cilindro de 45 kg, que custava em média R$ 430,51, subiu para R$ 467,79, aumentando 8,66% ou R$ 37,28.

Variações entre estabelecimentos

O morador da região metropolitana de BH pode encontrar o gás de cozinha por preços que variam até 49,5% de um lugar para o outro. O cilindro de 45 kg na portaria, por exemplo, custa de R$ 400 a R$ 598. Quando entregue no próprio bairro, o consumidor desembolsa de R$ 415 até R$ 598, uma variação de 44%.

Enquanto isso, o botijão de 13 kg entregue no próprio bairro variou 35%, podendo custar de R$ 110 até R$ 149. Na portaria, o mesmo produto pode custar de R$ 104 até R$ 149, uma variação 43%.

Para Feliciano Abreu, presidente do Mercado Mineiro, o consumidor não tem muito controle sobre a situação. A dona de casa é quem mais sofre com os aumentos, em especial quem detém menor poder aquisitivo para investir na compra. Segundo ele, até mesmo o auxílio-gás – que oferece subsídio equivalente a 50% de um botijão de 13 kg a cada dois meses, por família – acaba se tornando defasado na atual realidade.

Comer na rua fica mais difícil

O próprio aumento nos restaurantes e padarias é reflexo das altas, já que os estabelecimentos precisam contornar o cenário econômico e se ajustar ao novo valor do botijão. “Tem um aumento a cada 15 dias, então acaba inviabilizando o negócio. Estamos vindo de uma pandemia, coisa que foi desvastadora economicamente. Então, quem não tem capital, não vai sobreviver”, avalia Feliciano.

Mais que nunca, é importante que o consumidor busque informação e confie nas pesquisas para ser capaz de valorizar o próprio dinheiro e escolher os locais menos careiros. “A gente valoriza comprando bem. Comprando no preço que esteja mais dentro da realidade do mercado”, diz o presidente.

Por enquanto, Feliciano acredita que a única solução é continuar alerta em relação aos estabelecimentos escolhidos para comprar. Ele destaca que o varejo também enfrenta um período delicado, já que a competitivade se torna cada vez mais elevada e o poder aquisitivo do consumidor já não é suficiente para enfrentar o aumento dos preços.

Edição: Vitor Fernandes
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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