PBH priorizou região Centro-Sul nos reparos após tempestades; Kalil explica

Moisés Teodoro/BHAZ + Amanda Dias/BHAZ

O prefeito Alexandre Kalil (PSD) reconheceu em coletiva dada na sede da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), na tarde desta segunda-feira (3), que a região Centro-Sul da capital foi priorizada nas obras de recuperação após as tempestades que atingiram a capital.

Na semana passada, moradores das vilas no entorno da avenida Tereza Cristina, atingidos pelas enchentes do Ribeirão Arrudas, foram ao COP (Centro de Operações da Prefeitura) reclamar sobre a demora em atender as comunidades periféricas e a agilidade na região Centro-Sul.

Reprodução/WhatsApp

Segundo Kalil, o motivo da priorização foi por conta da “trafegabilidade” da região. Ele também citou a avenida Tereza Cristina como exemplo de obras rápidas para retomar o fluxo da capital. “Não foi uma escolha, é uma questão técnica. Não teve ‘orelhada’. Cada um tem sua importância dentro do planejamento da Sudecap (Superintendência de Desenvolvimento da Capital) e BHTrans”, afirma.  

De acordo com o prefeito, 90 mil pessoas circulam pela região da rua Marília de Dirceu, no Lourdes, todos os dias. “O morador de lá não tem problema nenhum, pois ele tem carro. Mas ali é um aglomerado de luxo onde as funcionárias chegam para trabalhar de ônibus. Por isso, priorizamos a trafegabilidade”, diz.

“Outra coisa, lá [rua Marília de Dirceu] nós só tiramos o resto do asfalto e jogamos terra, não tinha um buraco de 16 metros para tampar, como na Tereza Cristina. E, mesmo assim, nós já tapamos a cratera e devolvemos a trafegabilidade para a Tereza Cristina”, acrescentou.

O prefeito afirmou que a cidade será reconstruída. “Não pedir paciência para quem tá fora de casa, pois não sou tão cruel assim. Sei que ninguém tem paciência e saco para isso. Infelizmente é uma tragédia, nós não estávamos acostumados com isso e vamos ter que resolver da melhor da forma mais técnica possível”, afirmou. “A população tem que acreditar em quem está trabalhando e nós vamos reconstruir essa cidade e vamos chegar em todos os pontos”, acrescentou Kalil.

Milagre

Segundo o prefeito, a população precisa esperar o tempo de seca para recuperar a cidade, pois, diante do alerta de novas chuvas, não será possível um “milagre”, principalmente na região da avenida Tereza Cristina, palco de alagamentos.

“Vou recuperar a cidade, quero uma seca a partir de março. Estou com a concorrência da Tereza Cristina pronta, com ganhador, com tudo para entrar. Quando entrar, com vinte dias a avenida está pronta. A população tem que saber o seguinte: estão cobrando o que? Um milagre? Uma tempestade como caiu na Tereza Cristina, só se o Estado pegar o projeto que ele tem desde 2013 e fazer, porque Belo Horizonte já fez. São duas bacias de contenção em Contagem e uma em BH, arrumar o córrego Ferrugem e desassorear ele”, afirmou o prefeito.

Força-tarefa

Kalil afirmou que a força-tarefa para conter os estragos da chuva e evitar novas tragédias em BH, será mantida até o próximo dia 15. “Não vamos tirar nenhum maquinário das ruas”, disse. Ainda segundo o prefeito, a prefeitura ainda não sabe o quanto foi gasto até o momento. “Ainda não levantamos, é uma situação de emergência”, explicou.

Segundo o prefeito, a prefeitura deve priorizar as obras da Vilarinho, após o período chuvoso.

Carnaval

O Carnaval em BH não será alterado e deve ser usado na tentativa de reerguer o comércio da capital que sofreu com as enchentes. “Até o carnaval, se deus quiser, nós vamos poder brincar pular e trazer cinco milhões de pessoas para as ruas. No máximo, eles vão ficar empoeirados, com o corpo sujo. Estou brincando, mas a Defesa Civil vai dizer locais onde serão permitidos os blocos e vai trabalhar no Carnaval como nunca trabalhou. Vamos fazer um Carnaval com a maior segurança e ajudar esse comércio que sofreu tanto e perdeu tanto a tentar se recuperar no Carnaval”, afirma.

Chuva em BH

De acordo com a prefeitura, 2,9 mil famílias foram prejudicadas pelas tempestades na capital, cerca de 11 mil pessoas ao todo. Além disso, das 58 mortes causadas pela chuva em Minas, 13 foram registradas na capital, a cidade com maior número de vítimas.

A Defesa Civil municipal emitiu um novo alerta para tempestades que podem ocorrem ao logo desta semana. Ainda segundo a PBH, somente nesse domingo, 40 famílias foram retiradas de casa, para evitar novas tragédias.

Além disso, a PBH entregou, até o momento, 1,7 mil colchões, 790 cobertores, 7,8 mil cestas-básicas e sete mil refeições para os atingidos pelas tempestades na capital.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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