Vídeo viraliza ao mostrar respostas de alunos sobre a África antes e depois de aula de história

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Para mudar a visão dos alunos sobre a África, Lavínia Rocha resolveu promover uma aula imersiva sobre o tema. O resultado foi surpreendente (Reprodução/@laviniarocha/Instagram)

“O que vocês pensam quando eu falo África?”. O questionamento, feito por uma professora de história aos alunos do 5º ano de um colégio particular localizado na região Leste de Belo Horizonte, movimentou as redes sociais durante esta semana.

Em um primeiro momento, as crianças de 9 e 10 anos logo associam a África a uma série de estereótipos, como pobreza, pessoas negras e escravizadas. Com o objetivo de mudar a visão dos estudantes sobre esse continente, que é uma grande potência cultural e histórica, Lavínia Rocha resolveu promover uma aula imersiva sobre o tema.

Ao repetir a pergunta na semana seguinte, a docente ficou surpreendida positivamente com as respostas dos alunos. “Eles sabem muito sobre agricultura, é rico em sal, em ouro…”, diz uma aluna. “Eu lembro do Mané”, pontua outro estudante, em menção ao craque da seleção senegalesa, Sadio Mané.

A historiadora resolveu postar a atividade no TikTok e, por lá, o vídeo já soma cerca de um milhão de visualizações. Em conversa com o BHAZ nesta quarta-feira (23), Lavínia conta que a repercussão da aula a surpreendeu, embora ela já conhecesse o enorme potencial dos alunos.

“Toda hora eu paro e fico incrédula. O que aconteceu com esse vídeo é inacreditável. Esse vídeo tocou em um lugar muito especial para muita gente e fugiu completamente do meu controle”, comemora ela, ao dizer que não leu nem metade dos comentários deixados na publicação.

‘A educação funciona’

A historiadora explica que dá aulas há cerca de um ano, mas trabalha há mais tempo como escritora e palestrante abordando o protagonismo negro. Para a atividade, ela separou uma série de vídeos interativos sobre a África, abordando aspectos como religiosidade, arte, economia e saberes populares.

No trabalho, Lavínia ainda deu aos alunos a oportunidade de pesquisarem dois países africanos de sua preferência. Segundo ela, entrega e o comprometimento doa estudantes no exercício, apesar de esperado, lhe deu um “gás” a mais na profissão.

“Essa turma é sem condições. Eu sou tão feliz dando aula para eles. Foi uma experiencia incrível porque eles estão desesperados para aprender. Sempre muito abertos, eu já espero dessa turma muita empolgação”, explica ela.

A professora confessa que, naquele dia, foi embora para casa “nas nuvens”. É que além dos estudantes, que saíram da aula de história com uma enorme bagagem de aprendizados, ela também diz ter aprendido muito com o exercício.

“Quando vi o quadro cheio daquele jeito eu pensei: ‘gente, a educação funciona’. Esse é o meu primeiro ano como professora, tem acontecido coisas muito incríveis comigo, tô concorrendo a um prêmio nacional como educadora básica. Essa coisa da didática eu descobri em sala de aula. Tudo que eu coloco eles [os alunos] como protagonistas funciona melhor”, explica.

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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