Um projeto da Pastoral de Rua, da Arquidiocese de Belo Horizonte, alugou três casas para hospedar pessoas em situação de rua durante a pandemia da Covid-19. O projeto faz parte de uma série de ações para pessoas em vulnerabilidade (leia aqui), incluindo distribuição de kit-frio, lanches, entre outras.
O projeto está localizado na Serraria Souza Pinto, e atende cerca de mil pessoas diariamente. Além dos serviços, o local também vai servir para triagem: as pessoas que apresentarem sintomas do novo coronavírus serão levadas para unidades hospitalares.
Ao todo, serão cerca de 150 hospedagens disponíveis para receber pessoas do grupo de risco que estão nas ruas. As três casas alugadas ficam no Santa Efigênia, na região Leste da capital.
O projeto com as residências começou em maio, e vai até agosto. “O Instituto Unibanco aportou um recurso de hospedagem com alimentação, além de roupas, calçados, peças íntimas e outros itens necessários”, explica Claudenice Rodrigues Lopes, coordenadora da Pastoral Rua.
Claudenice explica que as pessoas são identificadas a partir de ações na rua. “Além das que chegam na Serraria. Tem muita demanda de idosos, pessoas com problemas de saúde, idosos. A gente faz uma avaliação social, escuta, roda de conversa, explica a proposta, como é a convivência nessas hospedagem. Elas passam por avaliação básica de saúde, feita essa avaliação, se estiver tudo bem, a gente faz a inserção”, conta.
Mas, e depois?
O projeto já atende mais de 70 pessoas. O problema agora é o que fazer para que essas pessoas não retornem para as ruas. “Tem gente que vai completar dois meses que já está hospedado. Para onde vão depois? Sabemos que é fundamental, que é necessário, articular parceiros para que essas pessoas não voltem para a rua”, explica.
“Ainda não temos nada concreto, mas já estamos olhando o que pode ser feito. Tem gente que tem condição de se reinserir no mercado do trabalho, também vamos ajudar nisso”, completa.
