Em meio a protesto dos professores da rede municipal de ensino, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) recebe os profissionais do ensino e o sindicato na tarde desta quarta-feira (25), na sede da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). O secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis; e a secretária municipal de Educação, Ângela Dalben, vão participar da conversa.
Após a reunião, os professores também realizarão uma assembleia para definir diretrizes. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (SindRede-BH), Wanderson Rocha, a assembleia de hoje não tem caráter de avaliar uma proposta. “O movimento de greve vai continuar até o dia 3 de maio, quando acontecerá uma assembleia geral dos educadores, onde, aí sim, avaliaremos uma proposta. O que pedimos é o bom senso do governo”, diz.
Em nota, a PBH disse que “reafirma seu compromisso com o diálogo e negociação com as entidades representativas de servidores e informa que ontem (24) esteve reunida com o Sind-Rede”.
Entretanto, de acordo com, Wanderson Rocha, a conversa com os secretários não obteve resultado. “Ontem, não houve um desdobramento, pois, a proposta da prefeitura, por meio dos secretários de Educação e Planejamento, era de que só haveria uma proposta caso fosse suspenso o movimento de greve”, rebate.
Protesto contra truculência
Após a reunião, haverá também um protesto contra a ação da Polícia Militar, que na última segunda (23), atirou bombas de efeito moral e jatos de água em servidores da educação infantil que protestavam na porta da prefeitura. Centrais sindicais, parlamentares, mães, pais e alunos da educação infantil vão participar do ato.
“Além da educação infantil, as escolas de ensino fundamental suspenderam as atividades hoje, em repúdio ao acontecido na última segunda-feira e em apoio à pauta de carreira unificada para as professoras da Educação Infantil”, diz Wanderson.
Elaine Nogueira é professora da Educação Infantil e, também, mãe de um aluno. Ela levou o filho ao protesto de hoje para apoiar o movimento das profissionais. “A manifestação é justa e luta por uma educação melhor. Nós buscamos um acordo para ter a mesma carreira e o mesmo salários das professoras do Ensino Fundamental”, explica.
Sind-Rede desmente PM
Em relação à ação da Polícia Militar na última segunda (25), os militares disseram, em nota, que dialogaram com os manifestantes para que liberassem a avenida Afonso Pena, já que o fechamento total da via causaria prejuízos a todos, inclusive àqueles que precisariam se deslocar com urgência aos hospitais da região.
“A PM dialogou por mais de uma hora e meia com os manifestantes que faziam a interrupção total da via. Após o diálogo, os manifestantes não atenderam o pedido de liberação parcial e a Polícia Militar com intento de resguardar os direitos citados fez o uso diferenciado da força com instrumentos de menor potencial ofensivo, que promoveram a dispersão daqueles que interrompiam o trânsito da Avenida Afonso Pena”.
Porém, em um vídeo divulgado pelo Sind-Rede nesta quarta, é possível ver que os professores acataram ao pedido de desocupar a via e se mobilizavam para atender a ordem. Confira:
PM rebate Sind-Rede
Em um vídeo divulgado pela Polícia Militar, outro ângulo da negociação é mostrado. Desta forma, a PM sustenta a versão dada anteriormente de que os professores e manifestantes se negaram a desocupar a via de SOS, da avenida Afonso Pena. Fato que desencadeou a ação dos militares. Veja:
PM divulga vídeo de ação que confronta versão do Sind-Rede. pic.twitter.com/gSdKWvP1aK
— BHAZ (@sitebhaz) 25 de abril de 2018