O engenheiro de 33 anos que esfaqueou a ex-companheira nessa segunda-feira (23), no bairro Gutierrez, em Belo Horizonte, teve a prisão preventiva decretada pelo TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) na tarde de hoje (25). Ao BHAZ, a advogada Verônica Cristina Souza Suriani, que sobreviveu aos ataques de Bruno Costa Val, disse estar aliviada com a decisão.
“A sensação é de tranquilidade. Agora estou mais tranquila que eu vou poder me recuperar bem, não vou mais sentir ansiedade e angústia de viver novo risco. Vou poder me dedicar para a recuperação física, mental e espiritual ao lado dos meus filhos sem a sensação de ter um assassino solto podendo me fazer algum mal”, disse ela.
A vítima conta que tem se recuperado bem e já consegue caminhar dentro de casa. Os filhos, que presenciaram o crime, estão fazendo acompanhamento psicológico desde então.
“Espero que ele continue preso, pague pelo crime que ele cometeu. O que me assusta foi a forma violenta e agressiva com que tudo aconteceu, à luz do dia, na frente de todo mundo. Espero que ele seja um exemplo real, de alguém que cometeu um crime e seja realmente punido”, afirmou a advogada.
‘Não sabia que ele era um criminoso’
Na conversa, Verônica conta que durante seu relacionamento com Bruno ela nunca havia notado traços de um comportamento agressivo. O cenário mudou em novembro do ano passado, quando eles terminaram.
“Vi algumas pessoas falando ‘como que essa pessoa se relaciona com um criminoso?’. Eu não sabia que ele era criminoso. Quando eu conheci o Bruno, o que ele era pra mim? Um engenheiro, que tocava uma empresa com o pai e que tocava a vida normal como qualquer cidadão. Depois do término, em novembro, que começaram essas ações insanas”, disse a advogada.
“A gente às vezes tem uma bondade no coração que não consegue ver a maldade no outro. Eu convivi dois anos com uma pessoa que me fez bem, mas algo aconteceu, que foi o término do relacionamento que ele não aceitou de forma nenhuma, e começou aquele comportamento típico de um agressor, mas que eu nunca acreditei que iria chegar nessas vias de fato”, acrescentou ela.
Justiça não considera transtorno mental
A advogada de 40 anos, esfaqueada 15 vezes pelo ex-namorado na manhã dessa segunda-feira (23), no bairro Gutierrez, havia registrado uma ocorrência policial há menos de 24h contra o homem. Segundo a delegada Pollyane Aguiar, o engenheiro de 33 anos teria violado a casa da vítima e a ameaçado de morte nesse domingo (22).
Com medo de ser agredida por ele, a advogada se escondeu no banheiro da residência junto com os dois filhos, de 7 e 10 anos, e em seguida foi dormir na casa da babá. Na manhã de hoje, enquanto a vítima buscava pertences em casa, o homem a esperava do lado de fora, momento em que ocorreu o crime.
“Ao sair de casa, ele [o agressor] já estava de emboscada a esperando. Os filhos e a babá entraram em um Uber e quando ela foi entrar ele saiu do carro com a faca na mão e começou a desferir golpes contra ela”, conta a delegada.
À polícia, Bruno afirmou ter transtorno bipolar, além de ser usuário de drogas. A juíza Juliana Beretta Kirche Ferreira Pinto, responsável pela decisão judicial que determinou a prisão preventiva dele, ressalta, no entanto, que “inexistem quaisquer elementos nos autos que apontem ser o autuado portador de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado”.
