Seguranças de boate são presos por morte de fisiculturista em BH; advogado discorda

Morte do fisiculturista aconteceu no começo do mês de setembro

Três seguranças que trabalhavam na boate Hangar 677, no bairro Olhos d’Água, região do Barreiro, no dia da morte do fisiculturista Alan Pontelo, de 25 anos, foram presos na manhã desta terça-feira (24). Em conversa com o Bhaz, o advogado da empresa CY Security, Ércio Quaresma afirmou que a prisão é “desnecessária”. “Eles já prestaram depoimento às autoridades competentes contando tudo que aconteceu no dia. Por isso que não vejo necessidade da prisão”, diz. A CY Security presta serviço de segurança à boate.

O advogado ainda afirma que quando teve acesso ao laudo da morte de Alan alertou os seguranças sobre a possibilidade da abertura de um mandado de prisão. “Eu os deixei em alerta e hoje às 6h fui comunicado que três deles foram presos e que um está oculto”, afirma. Estar oculto, nesse caso, significa que o segurança ainda não foi detido.

No entanto, Ércio Quaresma alerta que um dos seguranças não chegou a ter contato com o fisiculturista no dia do caso e que mesmo assim teve o pedido de prisão temporária expedido. “Sem ter tido contato com o Alan um deles foi preso, mas é aquela história: manda quem pode e obedece quem tem juízo”, afirma.

Duas são as possibilidades de atuação do advogado neste momento: pedido de habeas corpus ou a ida até o juiz que expediu o mandado de prisão temporária. “Lerei o mandado para decidir o melhor a ser feito no momento”, conclui.

Os seguranças foram conduzidos ao Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização de exames.

O caso

As versões apresentadas para a morte do jovem até o momento são distintas. De acordo com a Polícia Militar (PM), o jovem foi detido por seguranças da boate por ter comercializado e feito uso de drogas no banheiro da casa noturna. Quando a corporação chegou ao local, o jovem já estava recebendo atendimento pela equipe médica. A vítima estava entubada e massagens foram feitas com o intuito de reanimá-lo.

Já um amigo da vítima que estava no momento da abordagem conta outra versão do caso. Segundo ele, os seguranças chegaram fazendo uma abordagem violenta ao jovem. Ao se aproximar para ver o que estava acontecendo, teve uma arma apontada no peito e foi obrigado a “sumir” do local.

Ele disse ainda que o amigo foi levado para um cômodo e que só conseguiu ter notícias após ele estar recebendo atendimento. O amigo relata que a vítima estava aparentemente tranquila e que não aparentava ter usado drogas.

Porém, laudos toxicológicos divulgados pela Polícia Civil (PC) apontam que o fisiculturista não havia utilizado drogas nem consumido álcool no dia de sua morte. Posteriormente outro laudo constou a presença de uma substância usada como alucinógeno e nocivo à vida. A ketamina, substância encontrada no exame, é um anestésico para cavalos, também conhecida como “Special K”, “Kit Kat”, “Cat Valiums”, ou “Vitamina K”.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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