O vereador Gabriel Azevedo (sem partido) e a vereadora Duda Salabert (PDT) decidiram atuar em conjunto pela criação de uma CPI da Serra do Curral, contra a mineração na área. O objetivo é apurar ações relacionadas à prefeitura de Belo Horizonte, que podem ter corroborado com o atraso no tombamento da serra como patrimônio e, por consequência, permitiram a mineração do símbolo da capital mineira.
As equipes dos dois parlamentares estão reunidas para finalizar o texto e pretendem conseguir 14 assinaturas ao longo da semana. O colegiado ainda terá a função de apurar o papel do município para impedir a destruição de “uma imagem que está no nosso próprio brasão”.
Por meio das redes sociais, Duda Salabert divulgou um vídeo mostrando os impactos da mineração no local e fez um apelo. “Perdemos a batalha, mas não perdemos a guerra! Continuaremos na luta pelo Tombamento estadual da Serra do Curral – fato que preservará a Serra e a retirará das mãos das mineradoras que só sabem moer montanhas”.
“Vamos acionar a justiça a fim de anular a reunião que aprovou o projeto de mineração que quer destruir uma área do tamanho de 1.200 campos de futebol na Serra do Curral. Ficou escancarada a ilegalidade e imoralidade dessa reunião”, disse a vereadora na legenda do vídeo.
Mineração aprovada
Após mais de 19 horas de reunião, o Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental) aprovou, por 8 votos a 4, o licenciamento do CMST (Complexo Minerário Serra do Taquaril) que prevê a mineração em mais de 100 hectares da Serra do Curral. A votação aconteceu durante a madrugada do último sábado (30).
Elaborado pela mineradora Tamisa (Taquaril Mineração S.A.), o projeto possibilitará a lavra a céu aberto de minério de ferro no local, além da instalação de uma unidade de tratamento de minerais, pilhas de rejeito e também bacias de contenção de sedimentos.
A área prevista para a instalação do complexo é adjacente à serra do Taquaril e está localizada na divisa dos municípios de Nova Lima, Sabará e Belo Horizonte. Veja como votaram os conselheiros:
A favor:
- Verônica I. Cunha Coutinho – Segov (Secretaria de Estado de Governo);
- Maria Eugênia Monteiro – Sede (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico);
- Joana Moraes Rabelo Horta L. – Sedese (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social);
- Paulo Eugênio de Oliveira – Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais);
- Claudinei Oliveira Cruz – ANM (Agência Nacional de Mineração);
- Denise Bernardes Couto – Sindiextra (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativas);
- Thiago Rodrigues Cavalcanti – Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais);
- Carlos Orsini Nunes de Lima – SME (Sociedade Mineira de Engenheiros).
Contra:
- Paulo Pedro Ribeiro – Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis);
- José Ângelo Paganini – Fundação Relictos;
- Tobias Tiago Pinto Vieira – Associação Promutuca;
- Valter Vilela Cunha – Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental).