Servidores ocupam Secretaria de Educação e reivindicam permanência dos funcionários

Servidores acusaram a Guarda Municipal de truculência

A Secretaria Municipal de Educação (Smed) assinou, no começo da tarde desta quinta-feira (8), documento garantindo que os funcionários terceirizados das Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis) de Belo Horizonte serão recontratados assim que uma empresa assumir a responsabilidade pelos contratos.

Na manhã de hoje, eles foram até a Smed reivindicar não demissão dos mais de oito mil servidores que exercem estas atividades e são terceirizados. Eles tentaram chegar ao gabinete da secretária, Ângela Dalben, mas foram barrados pela Guarda Municipal. Houve tumulto e quebra de vidro da porta de entrada do prédio onde funciona a secretaria. Após a confusão, eles foram recebidos pela secretária.

Ao Bhaz, Wanderson Rocha, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Educação da Rede Pública Municipal (Sind-Rede), contou que no final de 2017 eles foram informados que uma empresa,  a Minas Gerais Administração e Serviços (MGS) faria a contratação destes servidores. Porém, como não houve licitação para a escolha da empresa, eles ficaram receosos de que todos os funcionários contratados pelas caixas escolares seriam demitidos.

“Se a demissão acontecer, teremos cantineiros, monitores do programa Escola Integrada e acompanhantes de alunos especiais sem o serviço”, afirmou Wanderson. Para garantir a permanência dos funcionários, a assinatura do documento citado era pedida por eles. Apesar disso ter acontecido, o Sind-Rede acha o documento insuficiente. Por conta disso, acontecerá no dia 21 de março uma reunião entre governo e sindicato, para que o processo seja detalhado.

Servidores questionaram a forma como a possível demissão estava sendo tratada pelo poder público. Uma mulher, que preferiu não se identificar, afirmou que Ângela Dalben não desejava recebê-los. “Eles não querem saber da nossa situação. O aviso já está pronto e nós seremos demitidos”, disse.

Servidores receberam almoço fornecido pelo Sindicato (Vitor Fórneas/Bhaz)

Atuação da Guarda Municipal é criticada

A forma pela qual a Guarda Municipal agiu durante a manifestação foi um dos pontos mais criticados pelos servidores. “Trouxemos trabalhadores para este ambiente e encontramos a Guarda com total despreparo. Ninguém deseja quebrar patrimônio. Só queremos a garantia dos serviços”, afirmou Wanderson.

“Um guarda carequinha veio em minha direção e quis me bater. Ele ia dar um golpe de cassetete no meu braço, porém eu consegui afastar. Do que adianta ser Dia Internacional da Mulher, mas agir desta forma?”, questionou Ana Carolina, que há um ano trabalha na Umei Manacás.

Ela ainda contou ao Bhaz que uma servidora foi segurada pelo pescoço por um dos guardas. “Não estamos com arma alguma, por isso exigimos respeito deles. O que fizeram com a senhora segurando-a pelo pescoço foi um absurdo”, afirmou.

Vidros foram quebrados durante confronto entre a Guarda e servidores (Vitor Fórneas/Bhaz)
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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