O suspeito de matar e esquartejar um homem no bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte, está preso provisoriamente. Em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (8), a Polícia Civil informou que ele usou uma serra elétrica e desovou partes do corpo da vítima pelas ruas do bairro.
A provável vítima era Marciel José Soares, homem em situação de rua de 31 anos, natural de Água Preta (PE). Em entrevista aos investigadores, o suspeito disse que o crime ocorreu na quinta (2) ou sexta-feira (3). Ele vagou pelo bairro no sábado (4) para se livrar do corpo.
Após o suposto assassinato, o rapaz ligou para a advogada e pediu que ela o internasse em um hospital psiquiátrico. Após a admissão, confidenciou a ela e aos médicos que teria matado a vítima. Ainda não é possível dizer se os homens se conheciam.
A dinâmica do assassinato
Em 5 de fevereiro, quando a equipe chegou ao prédio no bairro Santo Antônio, tomou conhecimento de que o homem era suspeito de assassinato.
Naquele dia, o rapaz acionou sua advogada dizendo que gostaria de ser internado. A advogada atendeu ao pedido. Já na casa de saúde, relatou o ocorrido. Na versão da profissional, ela recebeu a informação e retornou ao prédio. Pediu ao síndico para deixá-la entrar no apartamento e, lá, deparou-se com os restos mortais. O síndico chamou a polícia em seu próprio celular.
“A Polícia Militar se deparou com esse segmentos corpóreos no banheiro do imóvel. Ao se ter essa exposição da situação, nossa equipe se deslocou ao hospital psiquiátrico. Lá, permaneceu desde a noite do dia 5 até o final da tarde do dia 6, quando houve a liberação administrativa desse suspeito”, afirma a delegada Leticia Gamboge.
Prisão provisória
Como o rapaz estava em situação de flagrante em delito, foi autuado por ocultação de cadáver naquele mesmo dia. Foi arbitrada fiança, devido à pena máxima do crime permitir esse direito. No entanto, devido à gravidade, a corporação pediu a prisão provisória dele. A solicitação foi acatada dia 7.
“Paralelamente a essa autuação em flagrante, foi instaurado aqui no DHPP o inquérito policial para apuração do crime de homicídio, considerando inclusive o próprio relato informal do indivíduo de que ele teria ceifado a vida da vítima”, continua a chefe de polícia.
De acordo com o delegado Frederico Abelha, o suspeito usou uma makita aparentemente nova no crime. Assim, a hipótese é de que ele tenha premeditado o assassinato.
Histórico de crimes no prédio
Segundo moradores, o prédio onde ocorreu o crime do início deste mês também serviu de palco para outro assassinato recente.
Trata-se do professor de 28 anos que morreu após ser esfaqueado durante uma briga com um vizinho, de 67, depois que se incomodou com o barulho do idoso. Júlio César Lorens Júnior dava aulas de história e era filho do desembargador Júlio César Lorens, do TJMG.
Em relato à PM, a esposa de Júlio disse que ele tinha desavenças com o vizinho. Em maio do ano passado, o professor se incomodou com barulhos no apartamento do vizinho e foi até lá. Durante a discussão, a vítima teria jogador spray de pimenta em direção ao idoso, que estava com uma faca.