Disparo contra homem que manteve criança e jovem reféns foi ‘última alternativa’, explica PM

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O comandante do policiamento especializado da PM esclarece que a medida foi tomada após esgotadas todas as possibilidades de negociação (Larissa Reis/BHAZ)

O disparo de arma de fogo que deixou ferido Leandro Pereira, homem que manteve uma criança de 7 anos e um jovem de 23 reféns durante 16h no Parque São Pedro, em Belo Horizonte, foi a última alternativa a ser considerada pela Polícia Militar.

Em entrevista coletiva concedida na noite de hoje (22), o coronel Eduardo Felisberto Alves, comandante do policiamento especializado da PM, esclarece que a medida foi tomada após serem esgotadas todas as possibilidades de negociação com o autor.

“Quando iniciou-se amanhecer ele tornou-se mais exaltado, extremamente nervoso e começou a bradar que daria um tempo para que seus pedidos fossem, caso contrário, mataria a todos. Ele disse que iriam ter que buscar o corpo dele em cima do corpo da criança e do irmão da ex”, detalha o comandante.

Vítimas receberam atendimento imediato

Segundo o comandante, durante a operação o autor chegou a aparecer em uma das janelas com a criança no colo, apontando uma arma contra a cabeça da vítima. Nesse momento, a equipe considerou que não cabia mais espaço para negociações.

“Em dado momento, a negociação já não era mais suficiente, os reféns estavam em sério risco de vida e então decidimos usar o tiro de comprometimento para salvar a vida dos reféns. O autor foi socorrido de imediato, tínhamos no local uma ambulância para atender qualquer ferido”, explica o militar.

Os policiais militares que que dispararam contra Leandro Pereira foram presos em flagrante, medida protocolar que deve ser cumprida em casos como esse. As vítimas foram socorridas sem ferimentos e passaram por avaliação médica e psicológica.

Autor armou ’emboscada’

O homem de 39 anos foi baleado pela Polícia Militar por volta das 10h após manter o filho da ex-companheira e um amigo dela em cárcere privado por horas. Familiares relataram à reportagem que Leandro não aceitou o fim do relacionamento de oito anos com a ex (veja aqui).

Ele exigiu que a mãe do menino comparecesse ao local do sequestro para continuar a negociação com a polícia, o que lhe foi negado. Segundo o comandante Eduardo, o homem também exigia, à todo momento, a senha do celular da ex, para que pudesse acessar vestígios de uma suposta traição cometida por ela.

Daniela Félix, mãe do rapaz de 23 anos, conta que uma tia de Leandro o contatou durante o sequestro. “Ele disse que se não fizesse o que ele queria, ia se matar e matar os meninos”, disse em entrevista ao BHAZ. Ela conta que Leandro e a mãe do pequeno estavam separados há cerca de dois meses.

O jovem que foi feito refém é amigo próximo da moça, são “como irmãos” e cresceram juntos. Eles teriam combinado de se encontrar na casa, onde Leandro os aguardava à espreita. “Ela tava querendo sair dali, mudar. Aí chamou ele e pediu ajuda”, explica a familiar.

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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