A Defesa Civil de Belo Horizonte em conjunto com outros órgãos vai realizar, a partir desta quarta-feira (24), ação para instalar grades de proteção e defensas em áreas de acesso no Túnel da Lagoinha, na região Central da cidade.
De acordo com o órgão, ligado à Prefeitura da capital, a ação é preventiva e tem como objetivo evitar que pessoas caiam da estrutura. A preocupação está relacionada a moradores em situação de rua que utilizam o local para dormir.
Além da Defesa Civil, a ação vai contar com a participação da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), regionais Leste e Nordeste, BHTRANS, Guarda Municipal, Secretaria de Políticas Sociais, Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) e Corpo de Bombeiros. A instalação das grades será realizada das 10 às 16h e tem duração prevista de 10 dias.
(Sobre)viver nas ruas
O último levantamento sobre moradores de rua na Capital foi realizado em 2014 pelo Centro de Regional de Referência em Drogas da Faculdade de Medicina (CRR) da UFMG, em parceira com a Prefeitura. O estudo mostra que existem 1.827 moradores de rua em BH e que a maioria são homens. Os dados ainda revelam que a região Centro-Sul é a parte da cidade onde mais se concentram e que problemas familiares são os principais motivos que levaram os indivíduos até praças e viadutos.
O Censo da População de Rua também aponta que 94% das pessoas pensa em deixar as ruas. No entanto, a maioria não pretende voltar para as casas onde viviam com familiares. Eles esperam conseguir trabalho e ter acesso à moradia por conta própria, mas 33,5% não cogitam ficar em abrigos, repúblicas e albergues ofertados pelo poder público por causa da inflexibilidade de horários e regras.
Ao todo, Belo Horizonte conta com 1.032 vagas para moradores de ruas, onde os ocupantes são obrigados a tomar banho todos os dias e a dormir por volta das 22h30. Nos locais também não é permitido fazer sexo, nem usar drogas ou beber.
Na tentativa de atrair os moradores de rua para os abrigos, repúblicas e albergues, a Prefeitura de Belo Horizonte estuda mudar a estrutura dos locais. A principal mudança diz respeito à criação de unidades menores de habitação, com número reduzido de vagas para que a ressocialização dos indivíduos seja facilitada.
A medida começou a ser avaliada no ano passado pelo Comitê de Monitoramento e Assessoramento da Política Municipal para População em Situação de Rua, mas segue em planejamento e ainda não tem previsão para que saia do papel.