A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) deu, nesta segunda-feira (19), mais um importante passo para se estabelecer como referência na pesquisa e desenvolvimento de imunizantes. A universidade começou as obras do novo Centro Nacional de Vacinas, que promete levar os conhecimentos produzidos dentro da instituição a todo o Brasil.
Durante a cerimônia de inauguração das obras, a reitora Sandra Regina Goulart disse que esse é um “sonho antigo”, embora tenha sido potencializado pela pandemia da Covid-19. Para ela, o Centro Nacional de Vacinas deve colocar a UFMG lado a lado de grandes instituições de pesquisa do ramo, como a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e o Instituto Butantan.
“Essa obra tem uma importância, claro, para a nossa UFMG. É um sonho antigo. O CT Vacinas já faz um trabalho há bastante tempo e agora tornar esse centro nacional é uma satisfação muito grande. Ele vai colocar minas no cenário nacional de vacinas”, explica ela.
Cortes orçamentários
Apesar da conquista, a reitora lembra que a universidade ainda enfrenta um cenário de cortes orçamentários, que têm comprometido o pagamento das bolsas de pesquisadores, bem como de serviços básicos que mantém a universidade funcionando.
O bloqueio imposto pelo governo federal em 1º de dezembro obrigou a UFMG a atrasar o pagamento de cerca de 1,6 mil bolsistas dos programas de ensino e extensão, dos seus 1,7 mil profissionais terceirizados, além das contas de água, luz e telefonia. Além disso, cerca de 2,3 mil pós-graduandos também receberam suas bolsas com atraso.
“Hoje é dia de festa, estamos muito felizes, mas de fato vivemos momentos muito difíceis. A liberação do financeiro para pagar bolsas e contratos só saiu na sexta-feira (16) de manhã. Nós tivemos um corte de R$ 16 milhões que ate hoje não foi reposto”, lembra Sandra.
Também presente na cerimônia, o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), explica que o governo tem se mobilizado para que as universidades continuem operando. Só para o Centro Nacional de Vacinas, foram investidos R$ 30 milhões da receita estadual.
“Mais de R$ 500 milhões que o governo do estado colocou nas 22 universidades federais do estado para garantir que os investimentos que não estavam sendo possíveis via Brasília pudessem se viabilizar com dinheiro nosso”, disse.