A terça-feira (30) foi de protestos nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) de Belo Horizonte que aderiram a uma paralisação reivindicando mais segurança. Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), pelo menos sete das noves unidades de saúde paralisaram suas atividades entre as 7h e o meio-dia, com a normalização do atendimento após este horário.
A paralisação tem o apoio do Conselho Municipal de Saúde (CMSBH) e do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG). Segundo o Sindibel, 309 casos de violência foram registradas nas Upas da capital entre junho do ano passado e 19 de janeiro deste ano.
O problema teria se agravado, segundo o Sindibel, com a retirada dos porteiros e profissionais de segurança. As unidades estão sem vigias inclusive à noite e nos fins de semana, retirados que foram no final do mandato pelo então prefeito Márcio Lacerda.
“Hoje, a maioria dos centros de saúde funciona sem monitoramento físico e isso acabou gerando aumento dos furtos, arrombamentos, agressões e assaltos a funcionários e usuários dentro das unidades”, explicam representantes do Sindibel. “Nas Upas, que funcionam como verdadeiros hospitais 24 horas por dia, não existe segurança especializada fato que, somado à falta de estrutura física adequada, torna permanente o risco para a integridade física de usuários e servidores”, completam.
Os manifestantes reivindicam a volta dos profissionais de segurança e vigilância em tempo integral nas UPAs e nos centros de saúde, além da implantação de sistema de segurança eletrônico, com câmeras monitoradas pela Guarda Municipal.
Entre as unidades que mais sofrem com a violência está a Upa Norte, no bairro Primeiro de Maio, onde os protestos se concentraram nesta manhã. “Na Upa Norte, já tivemos até registros de tiroteio aqui dentro, colocando em risco a vida dos funcionários e dos usuários,” explicou o presidente do Sindibel, Israel Arimar.
A prefeitura responde
Ao portal Bhaz, a gerente de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Susana Rates, informou que as Upas Centro-Sul, Odilon Behrens (Noroeste), Barreiro e Oeste atenderam normalmente durante a manhã. As demais Upas, de Venda Nova, Nordeste, Leste e Pampulha usaram a classificação de quadros urgentes e não urgentes, tendo os doentes sido encaminhados aos centros de saúde.