O decreto que oficializa o fim da obrigatoriedade do uso de máscara em lugares abertos em Belo Horizonte foi publicado nesta sexta-feira (4) no DOM (Diário Oficial do Município) e já vale a partir de hoje. A liberação foi determinada com base em um cenário epidemiológico favorável na capital.
De acordo com o decreto, foram levados em consideração os seguintes aspectos:
- a redução do número médio de transmissão da Covid-19 por infectado (RT) em Belo Horizonte vem se mantendo de forma continuada abaixo de 1,00 e hoje está em 0,75;
- a redução dos casos que exigem internações hospitalares;
- que as evidências científicas demonstram que os espaços abertos possuem menor probabilidade de transmissão da Covid-19;
- que 83% da população está completamente imunizada.
A determinação do prefeito Alexandre Kalil (PSD) também leva em conta uma nota técnica emitida nessa quinta-feira (3) pelo Comitê de Enfrentamento à Epidemia de Covid-19, fundamentada em “análises sistemáticas dos indicadores epidemiológicos e de capacidade assistencial”.
Na nota, os médicos infectologistas integrantes do comitê também apontam que as taxas de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e de enfermaria exclusivos para tratamento da Covid-19 estão em baixa.
“Regras específicas, constantes em protocolos de saúde publicados pela Secretaria Municipal de Saúde, podem estabelecer exigências para uso de máscara em determinadas atividades em locais abertos, bem como dispensar o uso de máscara para práticas esportivas em locais fechados”, finaliza o decreto.
Continua obrigatório o uso de máscaras em ambientes fechados, inclusive em festas em geral, escolas, academias, coletivos e outros transportes públicos, prédios, comércios, shows, cinemas, teatros e outras casas de espetáculos, e eventos corporativos.
Eventos com multidões
Conforme explicado ao BHAZ pelo infectologista integrante do comitê Unaí Tupinambás, a máscara continua obrigatória em eventos que reúnem multidões. “Como, por exemplo, o estádio Mineirão, ainda que a maioria dos torcedores não cumpra adequadamente”, disse.
A nota técnica do comitê também reforça as exceções em casos de aglomerações, citando como exemplo jogos de futebol e eventos musicais.
“Pelos conhecimentos adquiridos nesses últimos anos, e também pela situação da disseminação da variante ômicron, optamos por não exigir mais a máscara nos espaços abertos, já que nesses espaços a chance de transmissão é muito pequena”, completou o médico.
Ainda segundo ele, as medidas de proteção contra a Covid-19 podem voltar a ficar mais restritas, caso os índices voltem a avançar na capital. No entanto, Unaí prevê que os próximos meses tenham números mais baixos para a doença, não só em BH, mas como tendência mundial.
