Aos poucos, o professor de astronomia Bernardo Riedel tenta retomar a produção da sua oficina, localizada no bairro Sagrada Família, região Leste da capital. A produção foi interrompida no começo do mês, após um assalto em que foram levadas as principais ferramentas utilizadas por ele e seus dois auxiliares na produção de telescópios.
Com o objetivo de ajudar na reconstrução da oficina, o médico Otto Chaves, que também é amigo do professor, criou uma Vakinha on-line com o objetivo de arrecadar fundos para a volta dos trabalhos. A meta inicial era atingir R$ 5 mil e, para sua surpresa, o valor está quase sendo dobrado. Até esta sexta-feira (1º) haviam sido doados R$ 9,03 mil.
Em entrevista ao Bhaz, o professor destaca a solidariedade das pessoas que já contribuíram. “Essa ajuda vem em um momento de imensa aflição que passo em minha vida. Em 20 anos de oficina, nunca pensei em viver isso. É muito ruim ficar sem produzir os telescópios e ver a demanda acumular”, relata.
Apesar das dificuldades, Bernardo Riedel vai tentando “desembolar” o serviço. “Um amigo doou um paquímetro, outro emprestou uma furadeira, porém ela não tem a potência necessária para a prática do nosso serviço. Reforcei a segurança da oficina colocando grades. Precisei fazer um empréstimo para conseguir realizar a obra”, destaca.
Além de adquirir novos equipamentos, Bernardo Riedel pretende colocar em prática o projeto de dar aulas de química, física, biologia, astronomia e astronáutica ao público jovem. “Pretendo passar meu conhecimento acumulado ao longo de mais de 60 anos dedicados a essa área do conhecimento. Passar isso para os meninos será muito bom”, diz o professor.
Outro desejo de Bernardo Riedel é reabrir ao público o observatório de astronomia. “As pessoas precisam contemplar o céu, as estrelas, a lua e os planetas. Por isso, quero voltar com o meu observatório, pois o que tínhamos na Serra da Piedade não está funcionando. Terei o auxílio de estudantes pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e irei passá-los a verba que entrar, pois será cobrado R$ 3 no observatório”, afirma.
Quem desejar contribuir com a “vaquinha” ainda pode doar clicando aqui.