“A gente pensou: mar ruim é que faz bom marinheiro. E a partir daí, decidimos dar um jeito de tocar pra frente”. É assim que Clarisse Alves define o momento em que decidiu dar continuidade a um dos muitos projetos que foram interrompidos pela pandemia de Covid-19 em Belo Horizonte. Desempregados e em busca de caminhos para fechar as contas no fim do mês, ela, o namorado e a irmã resolveram abrir um negócio de salgadinhos na capital e agora precisam de ajuda para enfrentar as dificuldades do momento atual.
Clarisse, a irmã Nicole e o namorado Thiago moram juntos no Aglomerado da Serra, na região Centro-Sul de BH. Eles perderam os empregos logo no início da pandemia e, desde então, precisaram recorrer ao dinheiro que estavam guardando para montar o negócio para conseguir pagar as contas: “Nós estamos os três desempregados desde março. O Thiago ainda trabalhou algum tempo depois, mas a gente teve que usar essa nossa reserva, que agora já está secando. A gente consegue segurar esse mês agora de julho, mas depois…”, diz Clarisse.
O sonho antigo de abrir o próprio negócio se juntou com a necessidade imposta pelo momento e daí surgiu a ideia de fazer uma vaquinha online e pedir ajuda de outras pessoas para realizar o projeto. “Veio a pandemia, o nosso setor foi o primeiro a fechar e vai ser o ultimo a abrir. A gente vive de aluguel, tivemos uma série de gastos inesperados nesse tempo e ficamos apertados. Aí a gente fez a vaquinha, divulgamos entre amigos, mas tá todo mundo meio apertado”, explica Clarisse.
Desafios e mudanças
A ideia do financiamento coletivo já deu alguns frutos: de pouco em pouco, metade da meta estipulada já foi alcançada, mas, para conseguir fazer tudo dentro do prazo, toda ajuda é bem-vinda. E não foram só os caminhos para realizar o projeto que precisaram se adaptar à pandemia. O trio também precisou fazer algumas alterações nos produtos que seriam comercializados para se adequar aos novos tempos.
“A gente pretendia abrir no início de 2021 e, inicialmente, a gente tinha pensado em trabalhar com hambúrguer, aí quando veio a pandemia a gente começou a fazer marmitas para vender, só que estava exigindo uma infraestrutura ainda maior. Aí veio a ideia do salgado, porque é uma coisa que a gente já domina, já temos experiência, e a manutenção e o custo benefício são mais rápidos”, conta Clarisse.
A princípio, serão 15 sabores de salgados, todos vendidos pelo preço fixo de R$ 1. As vendas serão feitas por meio de aplicativos, onde os clientes poderão comprar os salgados congelados, e também nas ruas, para quem quiser comprar pronto. Os três já estão fazendo algumas adaptações na cozinha de casa, de onde vão produzir tudo, para garantir que todos os processos sejam seguros. Mas, para concretizar o projeto, eles ainda contam com a colaboração de outras pessoas.
Como ajudar?
Quem quiser contribuir com o projeto de Clarisse, Thiago e Nicole pode fazer doações pelo site da vaquinha (acesse aqui).