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Zoológico de BH abriga onça-parda recém-atropelada, que será devolvida à natureza

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A jovem onça-parda foi encontrada atropelada em uma rodovia de MG e se recupera (Suziane Brugnara/PBH)

O Zoológico de BH recebeu uma moradora temporária de garra no último mês. A jovem onça-parda (Puma concolor), nativa do Brasil e das Américas e ameaçada de extinção, foi encontrada atropelada próximo a uma rodovia em Campos Altos, no Alto Paranaíba, no final de fevereiro.

Resgatado por equipes do Corpo de Bombeiros de Araxá e Uberaba, com o apoio do Instituto Estadual de Florestas (IEF), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) e do Waita – Instituto de Pesquisa e Conservação, além da equipe do Hospital Veterinário da Universidade de Uberaba (Uniube), a onça passou por uma cirurgia ortopédica de alta complexidade no hospital veterinário da Universidade, ainda em fevereiro, para correção e fixação de uma fratura no osso da coxa da pata traseira esquerda. 

Com o sucesso da cirurgia e a necessidade de reabilitação para poder retornar à natureza em breve, o Centro de Triagem Animal de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama/IEF procurou o Zoo de BH para abrigar o felino até a plena recuperação. Esse é um dos serviços que a instituição presta pela conservação da biodiversidade e, especialmente, dos animais nativos.

Ao chegar a BH, a onça passou por uma avaliação médico-veterinária e comportamental da equipe do Jardim Zoológico da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica e foi colocada em sistema de quarentena, período em que a adaptação e a saúde serão analisados de perto, dia e noite. Por isso, o animal está abrigado em um recinto especial, fora da área de exposição do zoológico, perto do Hospital Veterinário.

Segundo a PBH, a onça é monitorada pelas equipes técnicas (veterinários, biólogos e zootecnista) para que a reabilitação ocorra o mais breve possível. Equipes especializadas trabalham para que ela consiga preservar os instintos de forma que a readaptação ao ambiente natural possa ocorrer brevemente e de maneira bem-sucedida, com plenas condições de sobrevivência na natureza.

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Esse trabalho – de manutenção e/ou retomada de comportamentos naturais dos animais silvestres sob cuidados humanos – é conduzido com todos os animais do Zoo de BH dentro do Programa de Bem-estar e enriquecimento ambiental, com técnicas específicas que ajudam a estimular e promover comportamentos da espécie na natureza.

O objetivo principal do zoo é a conservação, reinserindo animais ao habitat natural e, nos casos em que isso não é possível, que tenham ao menos condições de capacitar os futuros filhotes a desenvolverem os comportamentos naturais da espécie, aumentando as chances de participação destes nos programas de introdução de espécies nascidas sob cuidados de volta à natureza.

De volta à natureza

Mas o destino do felino recém-operado e em quarentena no Zoo de BH já é certo: o retorno à natureza. Como a cirurgia foi bem-sucedida, isso acontecerá assim que ele alcançar as condições adequadas de mobilidade e segurança. Carlyle Mendes, veterinário chefe do Zoo de BH, explica que a onça vem apresentando boa evolução médica e mantém-se bastante arredia ao contato humano, o que é bastante positivo para o retorno à natureza.

“Ela mantém-se ativa à noite, o que é o normal para a espécie, e “entocada” durante a maior parte do dia, reagindo defensivamente à presença da equipe no entorno do seu recinto. Estamos em constante contato com a equipe do IEF, repassando toda a evolução do caso, para que tenhamos, conjuntamente, a certeza de qual será o melhor momento para a devolução do animal ao seu habitat. Ela ainda apresenta as marcas físicas do complexo procedimento pelo qual passou – como a ausência de pelos na região das intervenções cirúrgicas e uma menor mobilidade temporária, mas seu estado geral de saúde e de comportamento são considerados muito bons”, completa.

A reintrodução da onça na natureza será feita pela equipe do IEF, em local próximo da área onde foi encontrada ferida.

Com PBH

Redação BHAZ

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