Após proibir venda, Anvisa recolhe novas pomadas modeladoras para cabelos

Pomada modeladora
Comercialização de todas as pomadas para modelar e trançar cabelos está proibida (FOTO ILUSTRATIVA: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou, nesta terça-feira (14), novas medidas a respeito das pomadas modeladoras para cabelos, suspeitas de provocar irritação nos olhos, cegueira temporária, inchaço ocular e outros problemas de saúde.

Na última sexta-feira (10), a agência reguladora já havia proibido a comercialização de todas as pomadas para modelar, trançar e fixar cabelos, como medida preventiva. Segundo a Anvisa, entre as razões, está o aumento de relatos de “efeitos indesejáveis graves” associados a produtos do tipo.

Recolhimento

Em resolução publicada hoje no DOU (Diário Oficial da União), a Anvisa determinou quatro ordens de recolhimento de pomadas modeladoras, além de uma ação de apreensão.

Confira as marcas que terão os produtos recolhidos e o motivo listado para cada ação de fiscalização:

  • Apreensão de produtos da empresa NOELMA SIMARA RIBEIRO GAMA, com suspensão da comercialização, distribuição, fabricação, propaganda, uso. Motivo: funcionamento da empresa em local não autorizado e sem o devido licenciamento sanitário
  • Recolhimento de pomadas da empresa VIVER INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, com suspensão da comercialização, distribuição, fabricação, propaganda, uso. Motivo: notificação indevida de produtos cosméticos com substância conservante não permitida para produtos que não se enxáguam
  • Recolhimento de pomadas da empresa BINNO – INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA, com suspensão da comercialização, distribuição, fabricação, propaganda, uso. Motivo: notificação indevida de produtos cosméticos com substância conservante não permitida para produtos que não se enxáguam
  • Recolhimento de pomadas da empresa ALMEIDA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, com suspensão da comercialização, distribuição, fabricação, propaganda, uso. Motivo: notificação indevida de produtos cosméticos com substância conservante não permitida para produtos que não se enxáguam
  • Recolhimento de uma pomada da empresa SL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA, com suspensão da comercialização, distribuição, fabricação, propaganda, uso. Motivo: relatos de eventos adversos graves relacionados a intoxicação ocular, liberação de lotes sem os estudos microbiológicos, não apresentação de estudos de estabilidade e ausência de informações sobre a concentração segura de ingrediente da formulação

Veja os nomes e os lotes de cada produto recolhido na resolução completa da Anvisa, aqui.

Venda de pomada modeladora proibida

Na sexta-feira, a agência proibiu a comercialização de todas as pomadas para modelar e trançar cabelos. “Enquanto a medida estiver em vigor, nenhum lote de qualquer desses produtos pode ser comercializado e não deve ser utilizado por consumidores e profissionais de beleza”, informou.

Até mesmo os produtos adquiridos anteriormente e existentes nas residências ou em salões de beleza não devem ser utilizados neste momento.

De acordo com a Anvisa, a decisão é resultado de uma avaliação de risco, tendo em vista o aumento do número de casos de efeitos indesejáveis graves associados ao uso desse tipo de produto.

Em dezembro de 2022, pelo menos 130 mulheres procuraram serviços de saúde no Rio de Janeiro por causa de queimaduras nos olhos. Elas relataram ter feito uso de pomadas para o cabelo. Já neste ano, novos relatos semelhantes surgiram em diferentes estados, com produtos de várias marcas e fabricantes

Entre os eventos relatados pelos usuários estão cegueira temporária, forte ardência nos olhos, lacrimejamento intenso, coceira, vermelhidão, inchaço ocular e dor de cabeça. Segundo as informações disponíveis, os eventos ocorreram, principalmente, com pessoas que tomaram banhos de mar, piscina ou de chuva após terem feito uso dos produtos.

“A interdição cautelar é uma medida preventiva e temporária para proteger a saúde da população e permanece vigente enquanto são realizados testes, provas, análises ou outras providências requeridas para a investigação e a conclusão do caso”, esclarece a Anvisa.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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