Artista plástica de BH, Criola sofre abordagem racista em loja de SP e desabafa

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Tainá Lima é mais conhecida como Criola e estampa artes por Belo Horizonte (Reprodução/@criola_/Instagram)

Artista plástica conhecida por pintar grandes murais em Belo Horizonte, inclusive do CURA (Circuito Urbano de Arte), a jovem Criola usou o Instagram nessa quarta-feira (8) para desabafar sobre uma abordagem racista ocorrida com ela em São Paulo.

A mineira foi até a loja Papel Craft, nos Jardins, para comprar um embrulho de presente quando tornou-se alvo de um segurança, que com agressividade quis impedi-la de “vender” no local. Criola relata que era a única cliente negra no local e que questionou o funcionário sobre a abordagem com ela, diferente de outras pessas brancas que também estavam na loja.

“Vocês evitam abrir a bolsa quando estão dentro de uma loja para não pensarem que estão roubando, ou vocês são brancos? Eu desde pequena sempre evitei”, começou a artista no início da postagem. 

Extremamente agressivo

“Ontem a tarde vivenciei uma situação horrível de racismo na @papelcraft dos Jardins em SP. Fui comprar um papel de presente e entrei na loja @papelcraft. Perguntei sobre uma embalagem que eu havia curtido e a vendedora perguntou o que eu iria embrulhar. Então fui tirar da bolsa os presentes e do nada brotou um segurança na minha frente extremamente agressivo dizendo no imperativo que eu tinha que sair da loja imediatamente porque não podia vender nada dentro dela!!! Segundos que duraram eternidade”, explicou Criola.

Em outro momento, Criola fala do quanto é desconfortável entrar em lojas e se “sentir observado como se fôssemos cometer um crime, e se sentir medido da cabeça aos pés”. “Não importa quem você seja, ou o quanto você ascenda financeiramente, ou os impostos que você pague, em algum momento o racismo vai te colocar em situações onde a cor da sua pele vai ser alvo de violências”, disse.

Pedido de desculpas

Na publicação, Criola ainda explica que a vendedora da loja pediu desculpas e o próprio segurança também. No entanto, a artista diz que desculpas não apagam “a situação deselegante e criminosa” vivida por ela na loja. “Espero que essa situação não se repita novamente com nenhuma pessoa prete que entrar na loja de vocês”, escreveu.

Por fim, a artista exigiu que os funcionários sejam treinados para receber melhor a todos. “Independente de ser uma pessoa preta vendendo algo ou não é INADMISSÍVEL que esse seja o tipo de tratamento em situações como essa. Racismo é crime!”, finalizou.

O que diz a Papel Craft?

Por meio de nota publicada no Instagram, a Papel Craft diz que o segurança envolvido “não possui nenhum vínculo” com a loja e que não compactua com a conduta dele. Segundo os responsáveis, o homem trabalhava somente como funcionário do quarteirão.

“Ficamos surpresos com a situação, pois o funcionário não possui autorização da Papel Craft para entrar na loja e nem fazer nenhum tipo de abordagem”, dizem em um trecho.

Confira a nota na íntegra abaixo:

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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