Bombril é acusada de racismo após lançar esponja de aço chamada ‘Krespinha’

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O produto foi removido do site da marca após repercussão negativa (Bombril/Divulgação + Twitter/Repercussão)

O lançamento de um produto da marca Bombril fez a hashtag #BombrilRacista ser o assunto mais comentado do Twitter na manhã desta quarta-feira (17). A esponja de aço inox chamada “Krespinha” é apontada como uma associação pejorativa ao cabelo crespo e criticada por associar a mulher negra ao trabalho doméstico.

O produto, que foi removido do site da marca nesta manhã, era descrito como “ideal para a limpeza pesada”. Além da associação ao cabelo crespo, internautas apontaram uma relação com uma propaganda racista da década de 1950, de uma esponja também chamada “Krespinha”.

Denúncia

Em meio a uma movimentação antirracista nas redes sociais que ganhou força nas últimas semanas, usuários se mobilizaram para apontar o erro cometido pela marca ao associar a esponja de aço ao cabelo crespo e mulheres negras ao trabalho doméstico. 

“Krespinha, a esponja de aço da Bombril, perpetua estereótipos racistas e imagens de controle que associam o corpo de mulheres negras ao trabalho doméstico pesado. O nome e o marketing são baseados em racismo”, escreveu a ativista Winnie Bueno.

Muitos também relataram experiências pessoais em que tiveram o cabelo crespo chamado de “Bombril”, em um tom pejorativo e racista. “A pior coisa do universo é uma criança crescer ouvindo que seu cabelo é igual bombril, até hoje ainda ouço isso. É horrível! Aí vem a marca reforçando todo esse preconceito e racismo!”, escreveu uma usuária do Twitter.

Internautas também se movimentaram para denunciar o produto no site da Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), pedindo que ele fosse tirado de circulação.

Propaganda antiga

Uma relação entre o novo produto e uma esponja de aço antiga também foi apontada pelos internautas. Uma esponja chamada “Krespinha”, da S.A. Barros Loureiro Indústria e Comércio, era divulgada com a imagem de uma menina negra, reforçando a associação da população negra com o trabalho doméstico.

A propaganda de 1952 foi muito compartilhada no Twitter com a hashtag #BombrilRacista e internautas afirmam que o novo produto da marca seria uma “reciclagem” da esponja antiga, reforçando estereótipos racistas.

O BHAZ entrou em contato com a Bombril, mas a empresa ainda não se posicionou. Tão logo ela se manifeste, esta matéria será atualizada.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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