Perseidas: Chuva de meteoros tem pico neste fim de semana e pode ser vista do Brasil

Chuva de meteoros
Registro de um meteoro das Perseidas em 7 de agosto de 2010 (Denis Di Cicco/Divulgação)

O pico da chuva de meteoros Perseidas poderá ser visto do Brasil na madrugada deste sábado (12) para domingo (13), e a fase da Lua vai favorecer a visualização do fenômeno neste ano. A informação é do Observatório Nacional, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

De acordo com o astrônomo Marcelo De Cicco, coordenador do Projeto Exoss, pessoas que estiverem nas regiões Norte e Nordeste do Brasil poderão observar a chuva de meteoros com mais facilidade. O melhor horário para presenciar o fenômeno será na madrugada do domingo, entre 3h30 e o amanhecer.

O pico da chuva de meteoros Perseidas resulta da passagem da Terra pela região do espaço onde estão os detritos deixados pelo cometa 109P/Swift-Tuttle, que dá uma volta em torno do Sol a cada 133 anos e que entrou pela última vez na parte interna do Sistema Solar em 1992.

“Devido ao fato de a Terra girar ao redor do sol em 365 1/4 dias, o momento de máxima atividade de cada chuva avança 6 horas a cada ano. É por isso que o horário de máxima atividade avança de um ano para o outro”, explica o coordenador do Exoss, parceiro do Observatório Nacional.

Condições de observação

Essa chuva de meteoros favorece os observadores do hemisfério Norte. No pico, os observadores dos países ao norte podem esperar ver de 50 a 75 meteoros por hora, nas condições ideais. Já no hemisfério Sul, a observação será um tanto limitada.

“A maioria dos meteoros Perseidas são fracos, mas a fase da Lua no pico da atividade favorecerá a visualização dos meteoros. A Lua estará em fase crescente e não interferirá na observação como ocorreu no ano passado”, explica o Observatório.

As regiões Norte e Nordeste do Brasil serão favorecidas na observação do fenômeno por causa da posição do radiante —  um ponto no céu de onde os meteoros parecem surgir — das Perseidas, que é visto na constelação de Perseu.

“Quanto mais baixo está o radiante no céu, menor o fluxo de meteoros observado. E como as Perseidas estão baixas no horizonte, aqui no hemisfério Sul, só será possível observar uma parte dos meteoros, cerca de um quinto ou um terço dessa região total que está irradiando”, detalha Marcelo De Cicco.

Onde e como observar

A região Norte poderá desfrutar de taxas máximas entre 25 e 40 meteoros por hora. Na região Nordeste do país, espera-se taxas máximas entre 15 e 30 meteoros por hora, e na região Centro-Oeste, estima-se que serão vistos entre 8 e 20 meteoros por hora, nos mesmos horários e datas.

Já no Sudeste, a expectativa é de que sejam vistos entre 5 e 10 meteoros por hora provenientes desta chuva. A região Sul será a menos favorecida, com taxas esperadas menores que 5 meteoros por hora.

Para tentar observar as chuvas de meteoros é necessário estar em um local com baixa poluição luminosa. O Observatório Nacional recomenda que a pessoa procure um local escuro, se possível afastado das grandes cidades, para evitar a poluição luminosa.

Além disso, deve-se apagar as luzes em volta, e é imprescindível que o tempo esteja bom.

Chuvas de meteoros

Os meteoros são fenômenos luminosos atmosféricos devido a entrada de meteoroides em altíssima velocidade na atmosfera da Terra. Os meteoroides são fragmentos de cometas ou de asteroides que ficam à deriva no espaço.

Conforme a rocha espacial cai em direção à Terra, a resistência do ar, atuando no meteoroide, ocasiona a ablação, formando um “rastro” brilhante. 

Quando a Terra encontra muitos meteoroides ao mesmo tempo, temos uma chuva de meteoros. Esse fenômeno acontece quando nosso planeta passa pelas zonas de detritos deixadas pelos cometas. 

Os meteoroides são geralmente pequenos, desde partículas de poeira até pedregulhos. Eles quase sempre são pequenos o suficiente para queimar rapidamente na atmosfera. 

Do ponto de vista científico, o estudo das chuvas de meteoros permite estimar a quantidade e período de maior penetração de detritos na Terra. A partir disso, as missões espaciais e centros de controle de satélites podem elaborar meios de proteção de suas naves e equipamentos.

Outro ponto a considerar tem relação com o estudo da formação do Sistema Solar. Afinal, através da pesquisa das propriedades dos meteoros, pode-se aferir as características dos cometas.

Com Observatório Nacional

Edição: Giovanna Fávero
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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