A cada hora, mais de cinco pessoas são estupradas no Brasil. A constatação, divulgada nesta terça-feira (3), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), é um alerta para o alto índice de violência sexual registrado em 2015. Segundo dados apresentados no 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foram cometidos, no ano passado, 45.460 estupros no país — 24% das ocorrências forma notificadas nas capitais.
Os números, no entanto, representam uma retração de 4.978 casos em relação ao ano anterior — com queda de 9,9%. Porém, considerando a alta subnotificação desse tipo de crime, a FBSP declarou não ser possível afirmar que realmente houve redução do número de estupros no Brasil.
“O crime de estupro é aquele que apresenta a maior taxa de subnotificação no mundo, então é difícil avaliar se houve de fato uma redução da incidência desse crime no país”, disse a diretora executiva do Fórum, Samira Bueno.
Considerando somente os boletins de ocorrência registrados, em 2015, ocorreu um estupro a cada 11 minutos e 33 segundos no Brasil, ou seja 5 pessoas por hora. O estado com o maior número de casos foi São Paulo (SP), que responde por 20,4% dos estupros no país, com 9.265 casos. O número, no entanto, representa uma redução de 761 casos (7,6%) em relação ao ano anterior, quando foram registrados 10.026 casos. Roraima (RO) foi o estado com o menor número de estupros registrados, 180, o que representa 98 casos a menos do que no ano anterior – queda de 35,3%.
Roubos
A cada 1 minuto e 1 segundo, um veículo foi roubado ou furtado em 2015 no país, totalizando 509.978. Apesar do resultado, houve uma queda de 0,6% na comparação com 2014, sendo 3.045 veículos a menos. Somando os casos de 2014 e 2015, foram roubados ou furtados 1,023 milhão de veículos, segundo os dados do anuário.
O levantamento mostra ainda, segundo o FBSP, a necessidade de fortalecer a capacidade de investigação da polícia. “O roubo e o furto de veículos, muitas vezes, acabam por financiar organizações criminosas envolvidas com tráfico e outros delitos mais graves”, disse, em nota, o diretor-presidente do Fórum, Renato Sérgio de Lima. “O que torna fundamental o constante aperfeiçoamento da capacidade investigativa da polícia e o combate a esse tipo de crime”, destacou.
Com Agência Brasil