CRM investiga médico que sugeriu voto em Bolsonaro a mulher em trabalho de parto

médico coage casal a votar em bolsonaro
Obstetra filmou bebê recém-nascido e disse que ele ‘já nasceu’ votando 22 (Reprodução/Redes sociais)

O Conselho Regional de Medicina do Pará investiga o caso do médico que coagiu uma paciente em trabalho de parto a votar no presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

Nas imagens gravadas pelo médico Allan Henrique Fernandes Rendeiro, na semana passada, ele mostra o recém-nascido e interage com os pais da criança. O caso ocorreu na Maternidade do Povo, em Belém.

“Hello, eu sou o Gael. Já nasci 22, vou votar no Bolsonaro”, diz, referindo-se ao bebê. Logo em seguida, o médico aponta a câmera para o pai da criança, que está trajando um avental vermelho (assista abaixo).

“Deu um revertério que eu vou começar a reclamar no hospital. Pra diferenciar o negócio do pai, eles botam uma roupa vermelha. O doido não veio dizer que vai votar no Lula? Eu digo: rapaz, tu quer que eu vá já embora, nem opere ela”, diz.

Na sequência, o médico ainda grava o rosto da paciente e dispara: “Dia 30 ela vota… 22!”. Em tom jocoso, Rendeiro afirma que mandaria o vídeo para Bolsonaro, que estava em uma “live especial” na última sexta-feira (21). Enquanto isso, a mulher tenta esconder o rosto e sorri, constrangida.

Médico apaga vídeo das redes

Em sua descrição no Instagram, Rendeiro se define como “médico, ginecologista e obstetra, comprometido com Deus, família e boas práticas”. Após a repercussão negativa, ele apagou a gravação e trancou a conta.

Em nota ao BHAZ (leia abaixo na íntegra), o CRM do estado afirma que efetivará todas as medidas legais previstas na Lei nº 3.268/57 e Resoluções do Conselho Federal de Medicina para apurar o fato.

A reportagem também entrou em contato com o Hospital do Povo e aguarda retorno via e-mail.

Nota do CRM-PA na íntegra

“Diante da solicitação por parte da imprensa de manifestação deste Regional sobre o vídeo que circula nas redes sociais e, também, divulgado nos veículos de comunicação atribuído a um médico durante procedimento obstétrico em Belém, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará esclarece que efetivará todas as medidas legais previstas na Lei nº 3.268/57 e Resoluções do Conselho Federal de Medicina, a fim de apurar o fato. Ressaltamos que os procedimentos no âmbito dos conselhos de medicina tramitam sob sigilo, conforme artigo 1º, do CPEP.”

Edição: Roberth Costa
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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