A cantora Elba Ramalho interrompeu e reprimiu parte do público que entoou cantos contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e a favor de Lula (PT) durante um show, na noite desse domingo (26), em Salvador (BA). Quando os gritos de “fora Bolsonaro” começaram, a artista disse que a apresentação “não é um comício”.
As manifestações começaram enquanto Elba falava sobre o retorno das festas de São João e dos shows após a pandemia de Covid-19. Com os primeiros gritos contra o presidente, ela rebateu: “não, não quero fazer política, desculpa. Isso aqui é um show de São João, não é um comício. Mas tudo bem”.
O coro de “fora Bolsonaro” continuou, enquanto ela tentava introduzir um clipe que seria mostrado à plateia durante o show. Quando o vídeo começou a ser exibido, o público começou a cantar “olê, olê, olê, olá, Lula, Lula”.
Elba Ramalho voltou a reprimir as manifestações: “vou esperar eles pararem. Estou esperando, a plateia está se manifestando. Como a gente vive em um país democrático, tem que deixar eles se manifestarem. Cada um tem o presidente que merece”.
Elba Ramalho não gostou do povo se manifestando contra o Bolsonaro e a favor do Lula durante o show no São João de Salvador, no Parque de Exposições. pic.twitter.com/0kj7u9tWvb
— PAN (@forumpandlr) June 27, 2022
Entenda
Apesar de Elba Ramalho dizer que a apresentação no São João de Salvador “não é um comício”, a manifestação política da plateia não configura um desrespeito à proibição do STF (Supremo Tribunal Federal).
Em outubro do ano passado, o STF decidiu manter a proibição de artistas em comícios e reuniões de candidatos, que são popularmente chamados de “showmícios”, para as eleições de 2022. O entendimento mantém a proibição que vigora no país desde 2006.
O ministro Ricardo Lewandowski, ao votar, declarou que “a proibição de showmícios não configura censura prévia ou vedação ao engajamento político dos artistas”.
Na noite da última sexta-feira (24), um show da ex-BBB Juliette também foi palco de gritos a favor de Lula (leia aqui). Mas, nesse caso, ela permaneceu em silêncio e até apareceu sorrindo e pulando junto com a plateia, ao som de “Olê, olê, olê, olá, Lula…”.