Delegado é afastado após chamar policiais civis de ‘ratos’ e acusar corrupção: ‘Ato covarde’

delegado afastado
Depois das declarações polêmicas, o delegado da Cunha foi afastado e teve as armas recolhidas (Reprodução/@delegadodacunha/Instagram)

Bastante conhecido nas redes sociais, um delegado de São Paulo foi afastado do trabalho nas ruas após dar declarações polêmicas contra as Forças de Segurança do estado. Durante entrevista ao “Flow Podcast”, Carlos Alberto da Cunha, conhecido como Delegado da Cunha, chamou policiais civis de “ratos” e “raposonas”, alegações que não foram bem recebidas pela Polícia Civil de São Paulo. As informações são do Uol.

“A gente tem que ir para a polícia, o que a gente não pode é deixar de ir para a polícia, porque os ratos continuam mandando. Tem que começar o processo de expulsão de rato. Quem é correto trabalha, e o rato que corra”, disse o delegado, que falava sobre a corrupção dentro da polícia.

“A gente tem que estar aqui na internet ganhando poder e crescendo, para as aquelas ‘raposonas’ que estão embrenhadas lá em cima ‘mamando’ nas tetas há anos, para enxotar eles, porque se não enxotar essa podridão, não tem como fazer segurança. Tem que aposentar, ‘Ó, quantos anos você tem? 55, 60? Cara, 60 não é mais na polícia. Se tu tem 60 e está na polícia é porque você tem algum outro interesse, porque você não está afim de correr atrás de vagabundo”, continuou.

‘Mais um ato covarde’

Depois desse depoimento, o delegado da Cunha foi afastado e teve as armas recolhidas por decisão do Delegado Geral de Polícia, Ruy Ferraz Pontes. Segundo ele, o agente fez uso de “linguagem inadequada e comentários depreciativos à imagem institucional”. O documento escrito por Pontes atribui gravidade à conduta de Cunha e afirma que o agente pode prejudicar a organização policial e o serviço de segurança pública.

Pelo Instagram, rede em que já soma 2 milhões de seguidores, Cunha mostrou o momento em que entregou suas três armas na sede da 4° Seccional da Polícia Civil de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (29). Revoltado, o delegado disse ter sido vítima de “mais um ato covarde por conta da administração”.

“É um processo administrativo sobre liberdade de expressão, sobre uma coisa que eu falei. A vida inteira eu lutei contra a facção criminosa, agora por causa disso vão me deixar desarmado? Eu queria saber se é justo essa decisão de tirar as minhas armas por conta, tão e simplesmente, de um processo que eu falei que existia corrupção na administração pública”, desabafou.

Em live no YouTube, ele é ainda mais incisivo contra a decisão e afirma que vai recorrer. “Eu vou entrar na Justiça, porque é um absurdo deixar um delegado de polícia sem arma. Um delegado de polícia que fez [combate ao] crime organizado a vida inteira. Eu acho que não é esse o caminho não”, disse.

Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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