“Feliz é o pessoal do sul, que lá não tem índio”, afirma delegado do Mato Grosso

Três indígenas da etnia Xavante foram presos no Mato Grosso por estarem caçando um porco caititu dentro da área de reserva legal de uma fazenda, que está situada dentro do território tradicional xavante. A prisão se deu pelo fato dos indígenas estarem portando arma, três espingardas doadas pelo Serviço de Proteção ao Índio, e caçando um porco do mato, que é peça fundamental do ritual Wayá, que acontece a cada 15 anos.

Os índios foram levados à prisão de segurança máxima, no dia 10 de fevereiro, sem nenhum representante da Funai. Ficaram na prisão durante dois dias, e relataram abusos de poder e prática de racismo por parte dos policiais e do delegado.

Para o delegado do caso, Paixão Santana, em entrevista para a Carta Capital, o “problema é que Xavante é uma etnia complicada mesmo”, e reforça: “o que tem que deixar claro, que os indígenas têm de ter consciência… eles têm ciência, mas fingem que não têm, é de não estar acima da lei. Então se [“o indígena”] quer viver entre o branco, se acultura ao branco, se quer o carro do branco, a arma do branco, a mulher do branco, o português do branco, o alimento do branco, ele tem que se submeter à lei do branco, e é isso que ele não quer”.Para Xavante, “feliz é o pessoal do sul, que lá não tem índio”.

Os Xavantes divulgaram uma carta aberta contra a Polícia Militar e os abusos cometidos dentro do presídio.

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