Frentista pede medida protetiva de urgência após bater em homem que a assediou no trabalho

Frentista assediada
Jovem compartilhou o vídeo entre amigas da região para fazer um alerta (Reprodução/Redes sociais)

A mulher que aparece em um vídeo viral batendo em um homem que a assediou, dentro de uma loja de conveniência, denunciou o caso à Polícia Civil do Rio Grande do Sul na noite dessa terça-feira (17). A vítima, que trabalha como frentista no local, também solicitou uma medida protetiva de urgência contra o homem.

Ao BHAZ, a delegada Cristiane Ramos, titular da Delegacia da Mulher (Deam) de Porto Alegre, explicou que o episódio ocorreu no último domingo (15). A trabalhadora de 22 anos compartilhou o vídeo entre amigas da região para fazer um alerta, mas acabou muito assustada com a repercussão das imagens nas redes.

Segundo o relato da vítima, ela trabalha no posto de combustível há cerca de 3 anos, e o homem que aparece no vídeo é cliente do local. “Ela contou que ele tem o hábito de comprar balas, guloseimas, e distribui-las aos funcionários, sempre começando por ela”, explica a delegada.

No momento do vídeo, a frentista estava no intervalo do trabalho, dentro da loja de conveniência do estabelecimento. Ainda de acordo com a denúncia, o homem teria “largado” as balas perto dela, mas ela não deu atenção. Em seguida, ele teria pedido o perfil dela nas redes sociais, e a mulher não quis compartilhar. Foi então que o cliente passou a mão nas partes íntimas da jovem.

“Ela disse que sentiu muita raiva, e de maneira instintiva, reagiu daquela forma”, conta a titular da Deam. Ao denunciar o episódio na noite de ontem, a vítima solicitou uma medida protetiva de urgência contra o homem. O pedido foi encaminhado pela delegacia à Justiça, que tem 24 horas para responder.

Ainda segundo a delegada Cristiane Ramos, a jovem ficou muito abalada com o ocorrido e pediu afastamento do trabalho. O homem de 25 anos não tem antecedentes criminais.

Entenda

Viralizou nessa terça-feira (17) um vídeo que mostra a frentista batendo no cliente que a assediou dentro de uma loja de conveniência. Nas imagens de câmera de segurança, a mulher aparece sentada ao balcão mexendo no celular. O cliente aparece e passa a mão nas partes íntimas dela, saindo em seguida, mas ela reage.

A jovem levanta da cadeira e vai para cima do assediador, agredindo-o com diversos tapas até derrubar o homem no chão. Uma segunda mulher tenta conter a funcionária, que segue desferindo os socos. Em seguida, o homem consegue se levantar, mas quando chega na porta para deixar o estabelecimento, é novamente atingido pelos socos.

Centenas de internautas elogiaram a mulher e condenaram a atitude do assediador. “Eu acho que bateu foi pouco! Esses caras contam com nosso silêncio e nosso medo pra fazerem o que fazem”, escreveu uma usuária do Twitter.

Importunação sexual

O crime de importunação sexual, que se tornou lei em 2018, é caracterizado pela realização de ato libidinoso na presença de alguém e sem seu consentimento.

O caso mais comum é o assédio sofrido por mulheres em meios de transporte coletivo, como ônibus e metrô. Antes, isso era considerado apenas uma contravenção penal, com pena de multa. Agora, quem praticar o crime poderá pegar de um a 5 anos de prisão.

Edição: Roberth Costa
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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