Globo é condenada em R$ 50 mil por impor ‘ditadura de magreza’ a repórter de São Paulo

Jornalista será indenizada pela emissora (Reprodução/Instagram)

A Globo foi condenada pela Justiça de São Paulo a indenizar a jornalista Veruska Donato por danos causados à saúde da repórter. A trabalhadora denunciou que, enquanto trabalhava na empresa, sofreu com padrões de beleza impostos pela emissora.

De acordo com Veruska, que trabalhou na casa por 21 anos, ela passou a receber críticas da chefia da área do figurino quanto a “flacidez, ruga ou gordura fora do lugar”. As cobranças por um padrão de beleza resultaram em danos à saúde psicológica da mulher.

A jornalista deixou a Globo em novembro de 2021 após ficar 77 dias afastada por causa de uma síndrome de burnout. As informações são do Notícias da TV, da Uol.

O processo inclui ainda um comunicado interno, distribuído pela emissora em 2017, que listava regras de beleza apenas para mulheres. Na cartilha havia recomendações desde a cor de esmalte até a proibição do uso de franjas, que poderiam entregar um “visual frágil e infantilizado”.

O documento também pedia que roupas de tecido aderente fossem evitadas para não marcar “estômagos avantajados e barriguinhas persistentes”.

Decisão

Em sentença proferida na última segunda-feira (1), o juiz Adenilson Brito Fernandes, da 37ª Vara do Trabalho de São Paulo reconheceu que a conduta da Globo configura “misoginia intolerável”. A emissora foi condenada a pagar R$ 50 mil à Veruska por danos morais.

“O empregador pode impor padrões mínimos em seu ambiente de trabalho, mas não pode exigir condutas, comportamentos, padrões de vestimenta, de peso, de idade, aparência, de cor do cabelo, penteado, etc., pois isso tem a ver com autodeterminação individual e privada do trabalhador”, afirma o magistrado.

Fernandes ainda entendeu que houve violação dos direitos de personalidade e de intimidade da jornalista.

“Ainda que existam estudos, estatísticas de que a televisão pode ditar padrões, esse tipo de conduta se encontra superado atualmente, o próprio reclamado [Globo] tem procurado se adaptar a essas mudanças”, completa.

Isabella Guasti[email protected]

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023.

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