Greve no Banco Central: Qual será o impacto da paralisação no funcionamento do Pix?

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Sindicato prevê possibilidade de paralisação total do Pix (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Um dos principais serviços prestados à população pelo Banco Central são as transferências por meio do Pix. No entanto, a greve de servidores, prevista para começar em 1º de abril, preocupa em relação à estabilidade de tal função. O Pix não é mencionado como serviço essencial na lei que fala sobre o direito de greve e pode enfrentar interrupção com a paralisação de servidores.

O presidente do Sindicato Nacional de Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad, observou que podem haver paralisações no serviço, em comunicado nesta terça-feira (29). Faiad observou a ausência de Pix e outros serviços no escopo da lei de serviços essenciais. Essa legislação cita somente a compensação bancária. O sindicato prevê a possibilidade de paralisações parciais e até total.

Por outro lado, o Banco Central publicou um comunicado, também nesta terça-feira, afirmando que há um plano de contingência para manter o funcionamento do sistema de Pix. A instituição também garantiu a manutenção da “STR, Selic e outros sistemas”.

Ao BHAZ, Fábio Faiad reforçou que o funcionamento em plano de contingência não garante a execução plena dos serviços. Ele afirma que outros serviços também podem ser afetados, como o atendimento ao público, atendimento da execução do serviço financeiro, distribuição de cédulas e notas, entre outros.

Entenda a greve

A partir de 1º de abril, os servidores do Banco Central (BC) entram em greve por tempo indeterminado. O movimento foi aprovado nessa segunda-feira (28) em assembleia pela categoria, que pede a extensão, para os funcionários do órgão, dos aumentos aprovados para os policiais federais no Orçamento de 2022. Além do reajuste salarial, os servidores demandam a reestruturação de carreira de Analistas e Técnicos do BC.

Desde o último dia 17, a categoria vinha fazendo paralisações diárias das 14h às 18h. Desde o início do ano, os servidores do órgão vinham trabalhando em esquema de operação-padrão, com as equipes trabalhando mais lentamente, e atrasando a divulgação de indicadores. Os servidores afirmam que essas paralisações diárias serão mantidas até o início oficial da greve.

Nas últimas semanas, diversas publicações do BC, como o boletim Focus (pesquisa com instituições financeiras) e as respostas do questionário que antecedem as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), saíram com atraso. Hoje pela manhã, foi divulgado que o órgão não divulgará diversas estatísticas mensais previstas para esta semana, como os relatórios de contas externas, do mercado de crédito e sobre as contas públicas.

Segundo o sindicato, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reuniu-se no último sábado (26) com servidores para discutir reajustes salariais e reestruturação de carreira. As conversas, no entanto, não avançaram. Sem propostas oficiais, os funcionários aprovaram a greve por tempo indeterminado.

O que diz o Banco Central

No comunicado, divulgado nesta terça-feira (29), o Banco Central reconheceu o “direito dos servidores de promoverem manifestações organizadas”. O órgão acrescenta que “confia na histórica dedicação, qualidade e responsabilidade dos servidores e de seu compromisso com a Instituição e com a sociedade”.

Com Agência Brasil

Edição: Roberth Costa
Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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