Um contador do Espírito Santo protagonizou um gesto emocionante de solidariedade e amor ao próximo nas últimas semanas. Diego Coradini, 38, doou um rim para o primo que estava há quatro anos enfrentando o processo de hemodiálise.
Em conversa com BHAZ nesta quarta-feira (29), Diego conta que após passar por uma bateria de exames em 2019, descobriu ser o familiar mais compatível com Gabriel Coradini. Ele então não pensou duas vezes antes de ajudá-lo.
“Fisicamente eu tô bem, apesar de ter 12 dias de cirurgia voltei ao trabalho ontem (28). Sem dor, nem nada. Emocionalmente, estou extremamente feliz de ter ajudado o Gabriel. Foram 4 anos na máquina de hemodiálise. Ele é uma pessoa muito amada pela família, ele tem muito brilho no olho e foi muito triste ver esse brilho se apagando”, conta ele.
Em 2020, Diego chegou a ser descartado como doador depois que uma ultrassonografia detectou a presença de duas pedras nos rins. No ano passado, no entanto, ele voltou a ser cotado depois que a família descobriu que mais ninguém tinha a compatibilidade dele.
“Tinha uma hora que eu havia me reunido com os sócios do escritório que eu trabalhava e pedido demissão. Minha tia me ligou e perguntou se eu queria voltar ao processo. Aceitei logo de cara, chamei minha esposa para conversar e, chorando, perguntei: ‘o que Deus quer de mim?'”, relembra.
‘Marcas de vida’
Em um ano, o contador refez todos os exames e a cirurgia foi marcada para o último dia 17. Tanto Diego quanto Gabriel se recuperam bem do procedimento, que os aproximou ainda mais.
Diego explica ao BHAZ que, além de salvar a vida do primo, a doação tem um outro significado também muito especial. Ele conta ter perdido o pai e o irmão quando era criança, além de também ter a mãe falecida.
Ele encara a cicatriz da cirurgia como uma “marca de vida”, assim como a da cirurgia de varicocele que precisou fazer para que a filha Beatriz nascesse.
“Me reconstruí com a minha esposa e nossa filha linda. Eu tenho algumas marcas de mortes internas, que estão no meu coração. Agora eu estou tendo a oportunidade de ter marcas de vida. Acho que o mais legal é que elas são externas, eu consigo olhar para elas todos os dias e me lembrar disso”, diz, emocionado.