Homem em situação de rua espancado por personal quebra o silêncio: ‘Pediu para namorar’

homem em situação de rua
Vítima de agressões, Givaldo Alves apresentou uma nova versão para a história que repercutiu no país (Reprodução/Metrópoles/YouTube)

O caso viral envolvendo um personal trainer que flagrou a esposa com um homem em situação de rua, em Planaltina, no Distrito Federal, ganha novos desdobramentos. Em entrevista exclusiva cedida ao Metrópoles (assista abaixo na íntegra), Givaldo Alves defende que salvou a jovem de um acidente e, pouco depois, ela lhe procurou para convidá-lo ao carro dela. Segundo o indivíduo, o momento do flagra foi bem diferente do que a mídia divulgou.

Givaldo explica que, quando tudo começou, ele estava “tomando uma” com um amigo. “De repente passa uma moça num carro branco, adentrando o pátio de treinamento. Ela estacionou e foi até um carro da autoescola [próximo a onde ele reside]. E quando ela chegou na porta, o carro arrancou. Ela pôs o braço na porta e foi arrastada por cinco metros”, começou.

O homem contou que “não pôde se conter” ao presenciar a cena, entrando na frente do carro e gritando para que o motorista parasse. De acordo com ele, ele ajudou a mulher a se levantar e aconselhou os envolvidos. “Falei: gente, por favor, vocês são adultos. ‘Senhor, o senhor está queimando a sua profissão no carro da instituição’. E, ‘moça, você deve ter mãe, filhos. Se você solta o braço, o carro passa por cima de você'”, disse.

Depois que o homem se afastou, a moça questionou se ele poderia ir até a Polícia Civil. Após algum tempo hesitando, Givaldo decidiu comparecer à delegacia e procurar por ela. Ele conta que ela manifestou o desejo de recompensá-lo pelo auxílio e acabou o chamando para tomar um café.

Mulher quis retribuir favor

“A minha prova de aula de carta D é na quinta-feira, e se o carro passa em cima de mim minha perna poderia estar quebrada. Eu quero muito tomar um café com você. Você precisa de quê?”, questionou a mulher no local. Em resposta, Givaldo afirmou que ela não poderia dar a ele “o que ele precisava”.

O homem em situação de rua notou que ela parece ter interpretado mal suas intenções, como se ele houvesse sugerido um envolvimento sexual entre os dois. Na realidade, a fala aludiu a bens materiais, como um calçado e outros itens de vestimenta.

‘Quero namorar com você’

Ainda na delegacia, a mulher explicou o horário em que trabalhava e insistiu que os dois se encontrassem. Ela entregou duas notas de R$ 5 a Givaldo, que guardou o dinheiro para comprar cachaça. Logo depois, o homem voltou à região em que mora e começou a andar por uma rodovia.

Na metade do caminho, foi chamado por alguém. “Moço! Moço!”, disse outra mulher, que Givaldo definiu como linda. Foi então que ela gesticulou dizendo que ele se aproximasse, alegando que queria namorar com ele. Em resposta, Givaldo explicou que era um “morador de rua” e não tinha condições para custear um hotel, fato que ela rebateu, chamando-o para o carro dela. Chegando lá, o veículo era da cor vermelha, e não branca – como mostram os vídeos que repercutiram nos portais de notícia.

“Entramos no carro, comecei a conversar com ela e mostrei uma foto da minha filha. Alguns cursos, documentos. […] E aí eu disse para ela, quando terminamos a conversa: ‘Se você me quer, me leve para algum lugar’. Então fomos. Ao sair do carro, que pegou a via, eu abri o zíper, tirei o membro, e era uma mão na direção e outra no carinho”.

Embora a moça tivesse pressa para parar o automóvel, Givaldo julgou que a região era perigosa. Então, eles se deslocaram a um local mais amplo e sem outros carros. Após deitar os bancos para “melhorarem o espaço”, ele pediu que ela se despisse.

O momento do flagra

“Eu disse: ‘Bom, se você realmente me quer, tira a roupa’. Ela tirou a roupa, a coisa mais maravilhosa e linda no corpo de mulher. Perfeito, realmente perfeito”, opinou. Givaldo ainda ressaltou que, se ele fosse uma pessoa de má índole, poderia ter feito algo muito ruim para ela.

“Eu sou um homem amante das mulheres. Eu, com certeza, sei que delas viemos, pra elas vivemos, com elas sofremos e depois morremos. Se for ruim com elas, vai ser muito pior. E, no caso dela, foi maravilhoso. Só que a dor é uma coisa que só nos faz mudar a cada vez, porque dor e prazer estão associados”, observou.

Segundo Givaldo, ele apenas viu uma mão socando a janela na porta do motorista. Descrevendo a sequência de socos que o homem desferiu, ele revelou ter aberto a porta e ficado de pé. “Nossos punhos se encontraram […] Ele ficou parado e alguns segundos se passaram. E eu disse: ‘Moça, joga minha calça, por favor'”.

Na versão do entrevistado, o agressor permaneceu em silêncio durante todo o período. Givaldo acreditou, em um primeiro momento, que a reação estivesse associada ao homem que arrastou a moça dentro da autoescola horas antes. Sem saber onde ir, recorreu a um hospital e foi medicado.

Vídeo que circula na web não é dele

De acordo com Givaldo, a mulher não esboçou reação durante as agressões e no momento do flagra, quando os dois estavam fazendo sexo dentro do veículo. Sobre o agressor, mostrou-se irredutível. “Eu nunca ouvi a voz dele. Ela [a mulher] tem uma voz doce, envolvente. Uma pele macia e quente. Ela tem tudo”.

Já em relação às imagens que circulam na internet, ele defende que não é ele. Segundo Givaldo, tudo ocorreu em um carro vermelho, não branco como mostram as gravações virais. Daqui para frente, ele espera conseguir “sarar as dores” que ainda restam após os ataques que vem recebendo.

“Não sou eu. Eu nunca rolei no chão, eu saí exatamente pelado do jeito que eu disse, de pé. Eu fui agredido quando eu abri a porta. Depois os socos, que eu não considero agressão. Mas eu nunca ouvi a voz e nem palavra. Por isso que eu pensei que era aquela pessoa que agrediu a mulher”, finalizou.

Questionado pelos repórteres do Metrópoles, Givaldo disse acreditar estar sendo injustiçado em face à repercussão do episódio de “traição”. “Eu não sei porque surge uma pessoa assim sem julgamento qualquer e tem uma atitude de dilacerar um ser humano, sem se pôr no lugar dela por um instante, pensar ou procurar saber”, defendeu.

Edição: Roberth Costa
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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