Uma ação de rotina da Polícia Militar de São Paulo nesta terça-feira (30), na região da cracolândia, na Luz (centro de São Paulo), identificou um jovem “em atitude suspeita” quando ele tentava pular o portão de uma residência. Com sinais de uso de drogas, roupas e cabelos em mau estado, o rapaz foi encaminhado para atendimento médico e identificado: trata-se do farmacêutico e doutor em química Andreas von Richthofen, 29, irmão único da estudante Suzane von Richthofen, presa desde 2002 pelo assassinato dos pais, Marísia e Manfred von Richthofen.
A assessoria de imprensa da Secretaria municipal de Saúde confirmou que o rapaz foi encaminhado ao Hospital Municipal do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, mas não deu detalhes de sua internação. Indagada sobre a ação da PM, a Secretaria de Segurança Pública do Estado ainda não se manifestou.
Já a Prefeitura de São Paulo informou que não se pronunciar sobre o episódio, por se tratar de um “drama pessoal”. Segundo uma fonte do alto escalão do prefeito João Doria (PSDB), que falou sob condição de anonimato, Andreas estava nas imediações da Praça Princesa Isabel quando foi avistado pelos PMs que faziam ronda na região.
Após ser pego, foi encaminhado pouco depois das 8h ao hospital, onde segue na unidade psiquiátrica. Nessa praça se concentram os dependentes dispersados no último dia 21 das imediações da rua Helvétia com a alameda Dino Bueno, a cerca de 400 metros dali, após ação da PM e da GCM (Guarda Civil Metropolitana).
O caso foi revelado na noite desta terça-feira (30) em reportagem do jornal “O Globo”, que teve acesso ao prontuário médico de Andreas. De acordo com o jornal, o jovem foi atendido pela psiquiatra de plantão do hospital e teria ainda tentado se jogar da maca ao saber que seria internado.
No prontuário, segundo “O Globo”, a médica observou que a descrição do estado do paciente era condizente com “abuso de substâncias ilícitas”. Enfermeiros ouvidos pela reportagem informaram que o paciente estava “sujo, com os cabelos compridos e roupas em frangalhos” e com “múltiplos ferimentos pelo corpo, mas em nenhum deles precisou levar pontos.”
Andreas tinha 15 anos quando os pais foram assassinados a mando da irmã pelos irmãos Daniel, namorado dela à época, e Christian Cravinhos. Eles foram condenados a 39 anos de prisão. Andreas é o único herdeiro do casal Richthofen. Atualmente, Suzane cumpre pena na Penitenciária Feminina de Tremembé (SP)
