A rede de rádio e TV Jovem Pan perdeu uma ação judicial contra o a plataforma de streaming HBO e o programa “Greg News”. De acordo com o colunista Mauricio Stycer, do Uol, o processo foi movido por conta de um episódio da atração em que a a Jovem Pan foi criticada por defender o presidente Jair Bolsonaro (PL). O episódio foi ao ar na plataforma no dia 24 de setembro de 2021.
Logo no início do programa em questão, o ator Gregorio Duvivier, apresentador do Greg News, critica a Jovem Pan. “Só no YouTube a Jovem Pan acumula cerca de 250 milhões de espectadores, o que faria dela a maior produtora de conteúdo jornalístico da América Latina, se desse para chamar o que ela faz de jornalismo. O que, como veremos, é um pouco difícil”, diz.
Além disso, o humorista leu um trecho do relatório final de uma CPI instaurada no Congresso, em 1993, que apurava irregularidades na criação da TV Jovem Pan. No documento, o ex-presidente do Grupo Jovem Pan, Antônio Augusto Amaral de Carvalho, conhecido como Tuta, é citado.
O que diz a CPI
O nome de Tuta estava ligado a um “suposto envolvimento em falsificação de documentos, superfaturamento e até com o sumiço de tapetes comprados para a nova emissora de TV”. Gregorio também citou, no episódio, uma suposta reunião que Tutinha teve com o Ministro das Comunicações, Fábio Faria, para conhecer um local para instalar uma emissora de televisão.
O ex-presidente da Jovem Pan negou que isso tenha acontecido e ainda pediu na Justiça o direito de resposta. O juiz responsável pela ação, Guilherme Santini Teodoro, do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) disse que o programa Greg News deixou clara a fonte da informação dada e ainda falou sobre Tuta ter negado.
Juiz não viu ofensa
Um outro ponto colocado no processo foi o fato de Duvivier ter falado sobre a CPI contra a Jovem Pan. O juiz decidiu a favor do programa Greg News, pois não viu ofensa, uma vez que o apresentador apenas leu a decisão final da CPI.
“A crítica ácida, a opinião contundente, a sátira, o humor veiculados no programa dos réus não configuraram ofensas contra a autora, mas somente exercício regular das liberdades de imprensa e de manifestação de pensamento”, diz o trecho reproduzido no Greg News.
Guilherme Santini Teodoro ainda acrescentou: “Por fim, no tocante a trechos supostamente ofensivos, não verifiquei, em análise sumária, intuito de macular a honra objetiva da autora, pois o programa cita exemplos da programação da própria autora para questionar sua atuação como empresa de jornalismo e o material produzido, tudo para respaldar a opinião crítica, acompanhada de humor e sátira, sobre propagação de notícias falsas por conta da pandemia viral em curso e sua estreita relação com o governo federal”.
