A força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro prendeu, na manhã desta segunda-feira (1°), o procurador do estado Renan Saad. Ele foi preso em casa, em São Conrado, Zona Sul.
Saad é suspeito de receber R$ 1,265 milhão em pagamentos da Odebrecht para mudar o traçado da expansão do metrô do Rio.
Um procurador atua como advogado do Estado e responde a questionamentos legais de interesse da população. Segundo as investigações, Saad autorizou a alteração no contrato da construção da Linha 4 do metrô, sem a necessidade de fazer uma nova licitação.
A licitação original da Linha 4, de 1998, previa um traçado por Botafogo, Humaitá e Gávea, até São Conrado e Barra.
As mudanças sustentadas pelo parecer de Saad, segundo a força-tarefa, autorizaram o estado a custear as obras sob os bairros de Ipanema e Leblon, o que obrigaria nova metodologia.
O novo traçado foi defendido, entre outros argumentos, por estudos de demanda e viabilidade.
A obra de expansão do metrô do Rio de Janeiro foi feita pelo Consórcio Rio Barra, liderado pela construtora Queiroz Galvão. O BHAZ procurou a construtora, via sua assessoria de imprensa, que informou que o consório não vai se manifestar sobre o caso.
Obra 11 vezes mais cara
As alterações avalizadas por Saad teriam encarecido em mais de 11 vezes o valor da obra. Em 1998, o projeto foi orçado em R$ 880 milhões. A Linha 4 custou aos cofres públicos R$ 9,6 bilhões. A Linha 4 do metrô liga a Zona Sul à Barra, na Zona Oeste, e foi entregue para os Jogos Olímpicos de 2016.