Veja lista, valores e fotos do acervo destruído em invasão de golpistas aos Três Poderes

Acervo destruído na Câmara dos Deputados
Entre o acervo destruído, estão obras de arte, eletrônicos, móveis e muito mais (Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Os terroristas que invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o STF (Supremo Tribunal Federal) nesse domingo (8) deixaram um rastro de destruição por onde passaram. Entre o acervo destruído, estão obras de arte, o brasão da República do STF, eletrônicos, móveis e muito mais.

Destruição

O Palácio do Planalto divulgou uma lista do acervo artístico e arquitetônico que foi vandalizado na invasão, mas afirma que “ainda não é possível ter um levantamento minucioso de todas as pinturas, esculturas e peças de mobiliário destruídas”.

O ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, ainda disse na manhã desta segunda-feira (9) os golpistas também levaram armas, HDs e documentos do Palácio do Planalto.

Uma visão geral mostra móveis e janelas danificadas no Palácio do Planalto, após as manifestações na capital
Móveis e janelas foram danificados no Palácio do Planalto (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

No Senado e na Câmara dos Deputados, a Polícia Federal realiza uma perícia nesta segunda-feira (9) para avaliar o que foi depredado. Já se sabe que vidraças e obras de arte foram danificadas. Objetos também foram saqueados pelos bolsonaristas radicais.

Os terroristas também levaram do edifício-sede do STF uma cópia da Constituição Federal de 1988 – a original segue em segurança no museu do prédio. Cadeiras dos ministros também foram levadas durante a invasão. O Supremo diz aguardar a perícia para divulgar a lista do acervo destruído.

Lista

Veja a lista, conforme avaliação preliminar e também segundo imagens divulgadas nas redes sociais, do que foi levado, danificado e destruído pelos bolsonaristas nos prédios dos Três Poderes nesse domingo:

Palácio do Planalto

  • Obra “Bandeira do Brasil”, de Jorge Eduardo, de 1995 — a pintura, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após vândalos abrirem os hidrantes ali instalados.
  • Galeria dos ex-presidentes — totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e quebradas.
  • O corredor que dá acesso às salas dos ministérios que funcionam no Planalto foi brutalmente vandalizado. Há muitos quadros rasurados ou quebrados, especialmente fotografias. O estado de diversas obras não pôde ainda ser avaliado: o Planalto aguarda a perícia e a limpeza dos espaços para só daí ter acesso às obras.
  • Obra “As mulatas”, de Di Cavalcanti — a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanho. A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti. Seu valor está estimado em R$ 8 milhões, mas peças desta magnitude costumam alcançar valores até 5 vezes maior em leilões.
  • Obra “O Flautista”, de Bruno Jorge — a escultura em bronze foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Está avaliado em R$ 250 mil.
  • Escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg — quebrada em diversos pontos. A obra se utiliza de galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe. A peça está estimada em R$ 300 mil.
  • Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck — exposta no salão, a mesa foi usada como barricada pelos terroristas. Avaliação do estado geral ainda será feita.
  • Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues — o móvel abriga as informações do presidente em exercício. Teve o vidro quebrado.
  • Relógio de Balthazar Martinot — o relógio de pêndulo do Século XVII foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor desta peça é considerado fora de padrão.

O diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, diz que será possível realizar a recuperação da maioria das obras vandalizadas. A restauração do Relógio de Balthazar Martinot, no entanto, deve ser muito difícil.

“O valor do que foi destruído é incalculável por conta da história que ele representa. O conjunto do acervo é a representação de todos os presidentes que representaram o povo brasileiro durante este longo período que começa com JK. É este o seu valor histórico”, afirma.

STF

  • Cópia da Constituição de 1988 foi levada
  • Brasão da República que ficava no Plenário do STF foi levado e vandalizado
  • Cadeiras e togas dos ministros do STF foram saqueadas
  • Vidraças pichadas
  • Janelas quebradas
  • Obras de arte danificadas

Câmara dos Deputados

  • Vidraças quebradas
  • Salão Negro e Salão Verde foram molhados com mangueiras de incêndio
  • Gabinete do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foi destruído e teve câmeras de segurança arrancadas
  • Galeria de presentes dados por presidentes de nações amigas, foi saqueada e destruída
  • Painéis de vidro quebrados no Plenário Ulysses Guimarães
  • Armário de cabos de distribuição de internet foi quebrado, e cabos foram desconectados
  • Sala da liderança do PSDB foi destruída e teve uma cadeira queimada
  • Sala da liderança do PT teve as portas quebradas e foi depredada
Salão Negro
Vidraças do Salão Negro do Congresso Nacional foram quebradas (Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Senado

  • Vidraças do prédio principal foram quebradas
  • Obras de arte do Museu do Senado foram danificadas
  • Presentes de delegações estrangeiras enviados ao Congresso Nacional foram saqueadas
  • Bandeiras das 27 unidades da federação foram levadas do Salão Azul do Senado
Senado
Salão Azul, do Senado, e Salão Verde, da Câmara, foram vandalizados (Jefferson Rudy/Agência Senado)
Edição: Roberth Costa
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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