Na manhã desta sexta-feira (30), o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que o médico Roger Abdelmassih, condenado a 181 anos de cadeia por estuprar pacientes, volte para a prisão comum. O médico havia conseguido mudança para o regime domiciliar na quarta-feira da semana passada (21) e usava uma tornozeleira eletrônica.
O Ministério Público contestou a decisão da Justiça, com a alegação que o detento não “cumpriu pena suficiente para qualquer espécies de progressão de regime”. A promotoria também alega que obteve um laudo médico de um perito nomeado pela Justiça e que não consta a necessidade do presidiário deixar a cadeia para receber atendimentos.
Roger Abdelmassih tem 74 anos e tentava, desde o ano passado, o indulto humanitário. O médico chegou a ficar internado do dia 18 de maio até 21 de junho, quando foi cumprir pena em casa. Agora, o detento volta a cumprir pena no presídio de Tremembé, no interior de São Paulo.
Relembre o caso
Roger Abdelmassih era considerado um dos principais médicos especialistas em reprodução humana no Brasil. Ele foi condenado, em 2010, a 278 anos de prisão por estuprar pacientes em seu consultório.
No total, foram 48 ataques a mulheres e 37 vítimas entre 1995 e 2008. O médico não foi preso após a condenação por ter conseguido um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O médico ficou foragido até 2014, quando foi preso no Paraguai. Em outubro do mesmo ano, sua pena foi reduzida para 181 anos, 11 meses e 12 dias. Porém, na Justiça brasileira, ninguém pode ficar preso por mais de 30 anos.