Uma menina de 10 anos foi assediada por meio do Instagram e pediu ajuda à Polícia Militar de Parintins (AM) em uma carta. Com trechos censurados, a polícia divulgou o texto como forma de alerta para a população. O tenente-coronel Corrêa Junior, comandante do 11º Batalhão Tupinambarana, sediado na cidade, concedeu entrevista ao BHAZ e explicou o caso.
De acordo com o comandante, o sargento Gildo Assis ministrava uma aula do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência) em um colégio da cidade, nessa terça-feira (22) e, após a aula, recebeu a carta da menina.
“A criança estava bem assustada, receosa. Ela entregou a carta para o sargento, que encaminhou para mim. Ainda vamos entrar em contato com os pais dela, Polícia Civil e órgãos de proteção à criança e ao adolescente”, conta o comandante.
Escrita à mão, a carta mostra o desespero da criança. “Agora me sinto estranha perto de garotos, eu me sinto insegura. Chorei muito com medo. Não sei que cidade ele mora, não sei nada sobre ele […]. Tenho apenas 10 anos, por favor, me ajuda”, diz trecho da carta divulgada pela Polícia Militar.
Em outra parte da carta, a menina fala dos assédios que recebeu pelas mensagens no Instagram. “Disse que eu era gostosa, que meu corpo era fofo que eu era sexy que queria lamber minha…”.
“Ainda não conhecemos o perfil, mas vamos tentar rastreá-lo. Ver se está ativo, se é fake, ele pode ser de qualquer parte. Achamos que os pais ainda não sabem dessa situação, por isso vamos chamá-los e conversar com ela juntamente com eles”, diz Corrêa Júnior.
O comandante ainda explica que a Polícia Militar tem dois trabalhos nas escolas de ensino fundamental. “O pelotão mirim e Proerd. Nosso trabalho é de base social, é algo de confiança mútua que conseguimos montar com a comunidade. Os projetos já possuem mais de 20 anos e têm mostrado resultados”.
Para completar, Corrêa Júnior ainda faz um alerta. “Os pais devem manter sempre um cuidado com os filhos, monitorar com quem conversam e se relacionam. Temos que criar atrativos para trazer nossos filhos para a gente, pois lá fora, no mundo das drogas, atrativos é o que não faltam”.