Menina de 10 anos escreve bilhete, denuncia padrasto por abusos sexuais e homem é preso: ‘Me ajuda’

abuso sexual
‘Me ajuda, eu estou sofrendo abuso sexual do meu pai’, escreveu a menina em um bilhete entregue ao monitor (Polícia Civil de Santa Catarina/Divulgação)

Um homem de 55 anos foi preso nessa quinta-feira (12) suspeito de abusar sexualmente da enteada, 10, na cidade de Chapecó, em Santa Catarina. As autoridades foram acionadas depois de a criança escrever um bilhete para o monitor do transporte escolar relatando o crime.

“Me ajuda, eu estou sofrendo abuso sexual do meu pai”, escreveu a menina em uma folha de caderno, fazendo referência ao homem, identificado como seu padrasto. Ao BHAZ, o delegado Éder Matte contou que os familiares não tinham conhecimento dos abusos, que aconteciam quando a mãe saia de casa.

“A família relatou que não desconfiava. Segundo a própria vítima, isso vem acontecendo desde o início do ano, há cerca de quatro meses. A menina escreveu um bilhete e entregou para o monitor do transporte escolar, ele entregou para a escola e a escola acionou o Conselho Tutelar, que repassou o caso à polícia”, explicou o delegado.

As investigações tiveram início nessa terça-feira (10) e, já no dia seguinte, a Polícia Civil de Santa Catarina pediu a prisão preventiva do homem. “Agora mais testemunhas estão sendo ouvidas e estamos aguardando os laudos de algumas perícias para dar continuidade às apurações”, acrescentou Matte.

Crime sexual

O crime de estupro é previsto no artigo 213 do Código Penal, e consiste em “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”.

Mesmo que não exista a conjunção carnal, o criminoso pode ser condenado a uma pena de reclusão de seis a 10 anos.

O artigo 217A prevê o crime de estupro de vulnerável, configurado quando a vítima tem menos de 14 anos ou, “por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência”. A pena varia de 8 a 15 anos.

Já o crime de importunação sexual, que se tornou lei em 2018, é caracterizado pela realização de ato libidinoso na presença de alguém e sem sua anuência.

O caso mais comum é o assédio sofrido por mulheres em meios de transporte coletivo, como ônibus e metrô. Antes, isso era considerado apenas uma contravenção penal, com pena de multa. Agora, quem praticar o crime poderá pegar de um a 5 anos de prisão.

Onde conseguir ajuda?

Caso você seja vítima de qualquer tipo de violência de gênero ou conheça alguém que precise de ajuda, pode fazer denúncias pelos números 181, 197 ou 190. Além deles, veja alguns outros mecanismos de denúncia:

  • Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher
  • av. Barbacena, 288, Barro Preto | Telefones: 181 ou 197 ou 190
  • Casa de Referência Tina Martins
  • r. Paraíba, 641, Santa Efigênia | 3658-9221
  • Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher)
  • r. Araguari, 210, 5º Andar, Barro Preto | 2010-3171
  • Casa Benvinda – Centro de Apoio à Mulher
  • r. Hermilo Alves, 34, Santa Tereza | 3277-4380
  • Aplicativo MG Mulher: Disponível para download gratuito nos sistemas iOS e Android, o app indica à vítima endereços e telefones dos equipamentos mais próximos de sua localização, que podem auxiliá-la em caso de emergência. O app permite também a criação de uma rede colaborativa de contatos confiáveis que ela pode acionar de forma rápida caso sinta que está em perigo.

Seja qual for o dispositivo mais acessível, as autoridades reforçam o recado: peça ajuda.

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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