Menina de 13 anos estuprada pelo pai recorre ao WhatsApp para ser salva: ‘Tu é minha única salvação’

Arquivo Pessoal/Mila Christiã + Google/Reprodução

Uma garota de 13 anos utilizou o Whatsapp para pedir socorro à irmã, após ser estuprada pelo pai, de 47 anos, em São Vicente, cidade do litoral de São Paulo. A irmã da vítima, Mila Christiã, 21, informa ao BHAZ que foram diversas situações de abuso sofridas, até que a jovem pedisse socorro.

Mila é atendente e conta que, ao receber as mensagens relatando o estupro, foi imediatamente à cidade para levar a irmã para a casa dela, em São José do Rio Preto, interior do Estado paulista. Segundo a atendente, o homem saiu de casa no mesmo dia e não foi localizado até o momento. A garota relata que, antes de sair, ele falou que não iria “esperar para morrer”.

As mensagens e o resgate aconteceram em setembro, mas Mila não havia divulgado as mensagens por receio de alguma atitude do pai da irmã. “Estou muito desconcertada porque eu não sei onde ele está e ele sabe onde estamos morando. Será que esse homem vai aparecer aqui e fazer uma coisa ainda pior?”, relata com preocupação.

Segundo os relatos da vítima, ela era medicada para facilitar o abuso, que acontecem há vários anos. Em uma das mensagens enviadas à irmã, a garota conta que não aguenta mais ser abusada. “Hoje, umas 3 e pouco acordei com ele em cima de mim e meu short para baixo e minha calcinha também”, enviou, pelo Whatsapp, para a irmã.

Arquivo Pessoal/Mila Christiã

Ela vivia na casa com o pai, dois irmãos, de 10 e 14 anos, e não tinha contato com a mãe há dois anos. Segundo a irmã mais velha, os garotos nunca notaram os abusos. “Eles só perceberam que ela dormia demais, por causa dos remédios”, afirma.

Um novo começo

Mila Christiã conta ao BHAZ que, apesar da preocupação, está fazendo o possível para deixar a irmã confiante. “Ela disse que está feliz, porque pode dormir e ninguém vai tocar nela na madrugada”, relata.

Segundo Mila, a vítima está interagindo bem e já está fazendo um acompanhamento psicológico. “Nada vai apagar o que ele fez, é uma coisa muito grave e muito marcante. Mas ela vai seguir a vida e isso vai ser só uma coisa ruim do passado”, torce a irmã.

Mila levou a denúncia à Delegacia de Defesa da Mulher, e foi informada que o homem ainda não pode ser procurado como culpado. “Não tem provas materiais, porque não tem como provar que tenha o DNA dele. A polícia disse que tem que ouvir a versão dele, assim como ouviu a minha”, lamenta. “Eu só espero que ele pague pelo que ele fez”, desabafa.

Em nota à imprensa, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informa que o caso está sendo investigado, mas permanece em sigilo.

Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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